João Emanuel (PSD) renunciou após divulgação do
vídeo. (Foto: Renê Dióz/G1)
A comissão de ética da Câmara de Cuiabánegou o pedido de prazo para apresentação de defesa feito vereador João Emanuel (PSD), investigado por suposta quebra de decoro parlamentar desde que a operação “Aprendiz”, deflagrada pelo Ministério Público (MP), revelou em novembro do ano passado vídeo mostrando o então presidente do Poder Legislativo municipal discutindo uma suposta armação de fraude a uma licitação da Casa.
João Emanuel renunciou à presidência após ter sido flagrado no vídeo e a Câmara logo anunciou apuração sobre a conduta do parlamentar. A apuração da comissão de ética foi aberta oficialmente na primeira sessão do ano. Como parte do processo, foi concedido prazo para que João Emanuel apresentasse sua argumentação de defesa.
Conforme o prazo, ele teria de se defender na sessão da próxima terça-feira (25) mas, segundo a comissão de ética, o parlamentar requisitou no último dia 18 prorrogação em cinco sessões, o que foi negado.
Membro da comissão de ética, o vereador Oséas Machado (PSC) classificou o pedido da defesa de mais um subterfúgio para protelar o julgamento de João Emanuel.
Em nota emitida pela assessoria de imprensa da Câmara, ele assegurou que a defesa do parlamentar já dispõe de todas as informações e condições necessárias para se pronunciar no caso.
MP divulgou vídeo com vereador em suposta
negociação de fraude. (Foto: Reprodução / TVCA)
Já segundo o advogado Eduardo Mahon, que defende João Emanuel, o que foi requisitado à comissão de ética não é um a simples prorrogação de prazo, mas uma restituição de prazo. Isso porque a própria acusação não teria fornecido todos os documentos necessários para a contraposição da defesa.
Como ainda aguarda o recebimento de parte das informações, o advogado explicou que solicitou a contagem do prazo a partir do momento em que finalmente tiver tudo em mãos. Mahon lamentou a decisão da comissão de ética de rejeitar o pedido de restituição afirmando que trata-se de mais um erro no andamento do caso.
“Quanto mais erros houver, pior vai ficar para a comissão e para a Câmara, vai ficar mais desgastante”, declarou.