O deputado estadual José Riva (PSD) afirmou que o senador Pedro Taques (PDT) está “provando do próprio veneno” com os desdobramentos da Operação Ararath.
Na quarta fase da operação, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira (19), um dos principais financiadores de Taques foi alvo de busca e apreensão: o empresário Fernando Mendonça, dono do Atacado Mendonça, em Várzea Grande. Ele doou R$ 229,5 mil à campanha de Taques para o Senado, em 2010.
De acordo com Riva, Taques, que é seu rival político, tem o hábito de acusar e condenar a todos, e agora está no lado oposto, ao ver seu nome associado a uma operação que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro.
"Com certeza o Taques está provando do próprio veneno. Mas eu não vou sair condenando ninguém por antecipação. Pode ser que o desfecho seja outro, e se eu o condenasse e estarei fazendo o que eles fizeram comigo, com o Bosaipo e com o próprio Blairo"
“Com certeza o Taques está provando do próprio veneno. Mas eu não vou sair condenando ninguém por antecipação, sem ver o desenrolar dessas investigações. Pode ser que o desfecho seja outro. E, se eu o condenasse agora, estaria fazendo o que ele fez comigo, com o Humberto Bosaipo e, mais recentemente, com o próprio Blairo Maggi (PR), chamando-o de ladrão, dizendo que Mato Grosso estava 20% roubado”, afirmou Riva.
O deputado referiu-se a uma frase de Taques, sobre o programa "100% Equipado" lançado por Maggi, em que houve superfaturamento de R$ 44 milhões. Na ocasião de sua campanha ao Senado, Taques disse que o programa era "100% Equipado e 20% roubado".
“Eu estaria cometendo a mesma injustiça. Se eu for falar de uma situação que ainda está sob investigação vou fazer como ele. E eu não sou como ele; eu sou justo. Não vou condenar ninguém por antecipação", disse.
"A Polícia Federal pode fazer apreensão na casa de qualquer um e pegar um documento que pode ter legalidade. E, se daqui a pouco, a polícia disser que não tem envolvimento nenhum dele?”, completou.
O parlamentar não quis opinar sobre a repercussão que o caso pode ter nas eleições deste ano e na possível candidatura de Pedro Taques ao Governo do Estado, bem como em sua carreira política, fortemente pautada no discurso da ética e da moral. Ele disse que é preciso avaliar melhor a situação com base no desenrolar dos acontecimentos.
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Fernando Mendonça (de camiseta verde), Taques e outros empresários: doações de campanha |
Esquema milionário
A quarta fase da operação teve repercussão nacional, em jornais como Folha de S. Paulo, O Globo, e O Estado de S. Paulo. No total, a Polícia Federal apreendeu R$ 126 milhões em cheques e notas promissórias, durante 24 buscas a apreensões, sendo 17 em Mato Grosso.
O objetivo da polícia é desbaratar um suposto esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro, que teria movimentado cerca de R$ 500 milhões.