Iara Rezende/RDNews
Especialistas em comunicação online Marcos Martinelli e Beto Andrade e a deputada Teté Bezerra entrevistados pelo Grupo Rdnews, ontem a tarde
A comunicação online, que abrange mídias e redes sociais, representará 25% do custo total das campanhas de maior abrangência, com para governador do Estado, nas eleições deste ano. A informação é do coordenador de mídias sociais da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2010, jornalista Beto Andrade, em entrevista ao Grupo RDNews. Segundo o especialista, nas eleições municipais de 2012, os gastos dos candidatos com a comunicação na internet giraram em torno de 10% do valor geral das campanhas.
A importância das redes sociais nas campanhas, analisando o fato de que o político deve hoje dialogar diretamente com a população por meio da internet, será um dos assuntos apresentados por Beto Andrade e Marcos Martinelli no projeto Conexões Mídias Sociais, durante todo o dia de hoje (22), no Hotel Fazenda Mato Grosso, a partir das 8h. As palestras são iniciativa da Fundação Ulysses Guimarães e haverá vagas para inscrições realizadas pouco antes do início do evento.
O assunto vem a calhar diante da crescente adesão de eleitores às redes sociais como o Facebook, Twitter, Google +, Flickr, Instagram e Whatsapp. A rede é o principal motivo para o aumento nos investimentos do segmento em mais de 50% de um pleito para o outro.
Andrade ressalta que esse ano a internet vai ter um papel fundamental nas eleições. Não só as redes sociais, como os sites de notícias e os portais. “O grande ativo é o poder de crítica do usuário na internet. Isso surpreende a classe política e os meios de comunicação, que ainda não estão preparados para esse momento”, explica.
Iara Rezende/RDNews
Os especialistas Marcos Martinelli e Beto Andrade
Ele ainda pondera que, ao contrário do que se pensa, o aumento no uso da tecnologia nas campanhas não fez com que os seus custos totais também crescessem. “O serviço de comunicação online barateou outros serviços dentro das campanhas. Os apoiadores financeiros têm que renegociar o custo que as produtoras cobram para fazer programas de rádio e televisão, por exemplo”, afirma o jornalista.
Os protestos registrados em todo o país no ano passado, conforme Andrade, cresceram dentro do âmbito das redes sociais. Para ele, ninguém soube medir e nem interpretar o que estava acontecendo, se as atenções estivessem voltadas às demandas da sociedade manifestadas na internet, isso poderia ter sido evitado.
“Os políticos se esconderam em 2013 com medo da opinião pública. A mídia convencional, a Broadcast, que é o rádio e TV, é pouco democrática porque é feita de poucos para muitos. A internet é uma mídia de muitos para muitos. É totalmente horizontal. As pessoas se apoderaram do poder de informar e trocar informações”, expõe.
Dados do Ibope dão conta que, atualmente, no Brasil, 105 milhões de pessoas acessam a internet. Mais de 80 milhões desse total tem acesso às redes sociais todos os dias, 54 milhões também por meio de mobiles (celulares e computadores de mão).