A ociosidade das indústrias de esmagamento de soja do Brasil cresceu em 2013 ante 2012, com um pequeno aumento da capacidade instalada e uma redução do volume processado, disse a Abiove, entidade que reúne as grandes empresas do setor.
A associação projeta que serão processadas 35,4 milhões de toneladas da oleaginosa em 2013, o que representa um uso de 60,3 por cento da capacidade instalada.
Em 2012, quando a capacidade era um pouco menor, as indústrias esmagaram 36,4 milhões de toneladas, equivalentes a 63,7 por cento da capacidade instalada.
"É por conta principalmente da tributação", disse à Reuters o gerente de economia da Abiove, Daniel Furlan Amaral.
Segundo ele, a estrutura tributária sobre o setor desestimula investimentos em novas plantas e incentiva que as empresas vendam o grão sem processamento.
O principal entrave é o sistema do PIS e da Cofins, afirma o executivo.
A empresa paga PIS/Cofins na aquisição da soja para o esmagamento, gera créditos tributários proporcionais, mas tem poucas opções para usar esses créditos. A maior parte dos produtos processados é desonerada, incluindo o óleo de soja.
"Como já não tem mais operações tributadas, você fica com um crédito que praticamente não tem como ser usado. A solução seria a indústria ser ressarcida em dinheiro", disse Amaral.
Dos cerca de 40 por cento de ociosidade nas indústrias este ano, cerca de 10 pontos percentuais são de fábricas paralisadas e 30 pontos de capacidade não utilizada em indústrias em operação, analisou Amaral.
Ante 2012, a capacidade instalada no país cresceu basicamente em Mato Grosso em 2013. O Estado registrou aumento de 9 por cento da capacidade instalada, recuperando do Paraná o posto de maior processador de soja do país.
"Às vezes é uma decisão (de aumento de capacidade) que foi feita lá atrás. Hoje em dia não teria atratividade. Não estamos vendo movimentos de investimentos", afirmou o gerente da Abiove sobre a ampliação da capacidade.
Entre as principais associadas da Abiove estão gigantes do agronegócio como ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus.