O governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que o Governo do Estado não tem dinheiro suficiente para recuperar de forma definitiva ou asfaltar todas as estradas estaduais ainda não pavimentadas – que somam 22 mil km.
De acordo com ele, para asfaltar todas essas rodovias, o Estado precisaria, hoje, de um investimento de R$ 30 bilhões. Para simplesmente cascalhar, seriam necessários R$ 10 bilhões. As afirmações foram feitas esta semana, após reunião com o setor produtivo, em que Silval recebeu cobranças por trafegabilidade nas estradas.
“O Estado tem um limite de investimento e falta dinheiro. Vamos fazer 3 mil km de asfalto na nossa gestão, com o MT Integrado, mas tem outros 22 mil km de competência estadual sem asfalto. Para pavimentar tudo isso precisaria de R$ 30 bilhões. O certo seria fazer o serviço de base e pôr um bom cascalho nessas estradas todas. Mas precisa de R$ 10 bilhões para fazer isso”, disse Silval.
“Como não tem dinheiro, eu tenho que fazer um paliativo, patrolar. Eu patrolo todos os anos esses 22 mil km. Mas não é uma recuperação definitiva. Eu tenho um planejamento. O que não tem é dinheiro para fazer o que eu gostaria de fazer”, completou.
Para asfaltar esses 3 mil km do programa MT Integrado o investimento estimado inicialmente era de R$ 1,5 bilhão. No total, Silval já contraiu R$ 2,33 bilhões em empréstimos para asfaltar e recuperar estradas estaduais.
São R$ 1,15 bilhão do programa de asfaltamento MT Integrado, R$ 460 milhões para a recuperação de estradas do Pro-Invest, R$ 470 milhões para pontes de concreto do Proconcreto, e mais R$ 250 milhões para recuperação de estradas.
Estradas inadequadas
Silval afirmou que, durante a seca, procura recuperar o asfalto das estradas mais importantes, mas que a pavimentação não resiste às chuvas e ao tráfego intenso. Por isso, de acordo com ele, o Estado precisaria dispor de modais de transporte mais adequados para o escoamento desse grande volume de carga – ou seja, ferrovias.
“A produção cresce todos os anos e a retirada da safra é no auge do período de chuvas, só com caminhões bitrens com cargas grandes. De Cuiabá a Sinop a estrada estava um tapete na seca, e agora é só buraco”, observou.
O governador analisou, também, que com a mudança do perfil produtivo em algumas regiões, as cargas colocadas sobre as estradas estão acima do que elas foram projetadas para suportar.
“Na região do Araguaia havia só pecuária, e para escoar essa produção, foi feita a BR-158. Aí 50 ou 70% da região foi transformada em agricultura, que demanda outro tipo de estrada. Onde antes passavam caminhões boiadeiros de 20 toneladas, agora passam carretas de 75 toneladas, então tem que mudar todo o perfil das pontes e estradas”, disse.