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Domingo - 02 de Março de 2014 às 02:30
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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No Distrito de Bonsucesso, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, a animação vai ficar por conta da apresentação de bandas e do desfile de blocos. Um deles, o Império da Rapadura, entra na avenida com esculturas gigantes que falam de meio ambiente, Copa do Mundo e violência. O bloco deve desfilar no domingo (2).

Algumas das esculturas têm mais de três metros de altura. Além de história, esse carnaval tem cultura e esporte. A tradicional igreja de Nossa Senhora da Guia, padroeira de Várzea Grande, por exemplo, ganhou uma réplica de quase 1,80m entre os destaques do bloco império da Rapadura.

“Nesse bloco a gente vem resgatar essa cultura, essa economia que tinha aqui. As famílias antes viviam da produção da rapadura”, explica Cilbene Maria Rosa da Conceição, presidente do bloco.

Esse é o segundo ano do Império da Rapadura no Carnaval de Bonsucesso. “Nós e os outros blocos estamos preparando um desfile diferente de antes, quando só se colocavam os abadás e pronto. A gente veio mostrar um outro desfile, resgatando a nossa cultura”, explica Cilbene.

Além de contar a história do distrito, o bloco usa a arte para resgatar a cultura do estado. O cururueiro, sentado, tem mais de 1,70m. Vai ser carregado no domingo no desfile de domingo por quatro pessoas. Mas, ele não é muito pesado não. Assim como as outras esculturas, essa é feita de isopor.

“Nós conhecemos uma empresa e ela nos ofereceu. O lixo deles era o isopor. Eles não tinham noção do que iria virar. E a gente começou a fazer arte disso. Hoje nós temos uma parceria. Eles cedem o material, com o qual temos muito cuidado. Depois devolvemos para ser reciclado depois ”, diz o escultor Ariston de Souza.

O bloco aproveita o espaço para chamar a atenção para a violência e o meio ambiente. “A gente fala da violência de uma forma que mostra que a arma que você pode ferir alguém você pode usar para cortar uma maçã e dividir com alguém. E o beija-flor em cima simboliza isso. Dar um tiro na violência”, afirma Ariston.

"E tem muito essa questão do aquecimento global, de meio ambiente. Então quisemos mostrar esses mundos como se estivessem se dissolvendo. Porque, na verdade, Deus nos deu um mundo perfeito, que está em nossa mãos, e nós temos que cuidar”, acrescenta.

O artista trabalha nas peças há mais de 40 dias. Nas últimas horas, conta com a ajuda dos familiares e amigos para dar uma mãozinha até debaixo de chuva. “Todo mundo trabalha, todo mundo ajuda. Um pinta, o outro ajuda a colocar e todo mundo faz parte. Porque o carnaval é isso. Não queremos individualizar as coisas, a gente quer fazer essa coisa coletiva”, conta Ariston.

A aposentada dona Gonçalina, que é dona de casa, cede o espaço pro barracão, dá uma mãozinha em alguns preparativos, entra no clima e cozinha também. “É uma beleza entrar num clima desse. A gente nem sente a idade que tem. Não sinto dor em parte nenhuma, levanto cedo e fico de lá pra cá. Não tem nada de dor. Esqueço de tudo”, diz Gonçalina Barros da Rosa.

Quem ajuda principalmente, e com muita empolgação, é o esposo dela, Joaquim Leite da Rosa, de 83 anos, o "Seo Painha". Ele resgata as memórias de quem viveu a história dos engenhos de casa de açúcar, da fabricação de rapadura, do primeiro time de futebol do distrito e com disposição de um jovem carnavalesco.

"Eu quero mostrar pra mocidade, para quem vier assistir, que ainda tem uma pesssoa que gosta e está preparada para pular. Eu sou uma pessoa que está pronta pra tudo”, afirma.






Fonte: Do G1 MT

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