A Polícia Civil descobriu que ao menos duas pessoas conseguiram escapar ilesas da chacina ocorrida no último dia 21 de março, no bairro São Mateus, na periferia de Várzea Grande.
Na ocasião, cinco pessoas foram executadas a tiros de escopeta calibre 12, na noite de uma sexta-feira, em um bar.
Uma delas que estava nos fundos, ouviu quando os criminosos, que usavam capuzes, pediram para que uma das vítimas, o comerciante Gonçalo Paes de Campos, de 60, saísse do local, porque “aquilo não era com ele”.
Um dos três baleados que sobreviveram aproveitou-se do momento e também tentou sair, quando os criminosos começaram a atirar, atingindo tanto o sobrevivente como o comerciante, que era proprietário de um lava-jato localizado em frente ao bar.
No entendimento dos policiais, os criminosos já sabiam quem iria atirar, embora outras duas vítimas não tivessem antecedentes criminais.
Conforme o sobrevivente, um total de oito pessoas foram colocadas de frente para a parede, quando os encapuzados pediram para o comerciante sair.
Como todos também queriam fugir, começou a fuzilamento. Três morreram no local, dois no Pronto-Socorro de Várzea Grande e três sobreviveram. Outro que recebeu alta médica está foragido.
Os outros dois que escaparam continuam internado, sendo um no PSVG. O tiro atingiu a coluna do rapaz e ele corre o risco de ficar paraplégico. O terceiro está internado no Pronto-Socorro de Cuiabá, onde está fazendo dreno.
A chacina
Oito pessoas foram levadas para a parede do bar por quatro homens que chegaram encapuzados armados com escopeta calibre 12 e revólver calibre 38.
Em seguida, atiraram em todos, deixando cinco mortos e três feridos, na primeira chacina do ano na cidade. Três deles escaparam porque fingiram-se de mortos.
Segundo um dos sobreviventes, os criminosos chegaram gritando e obrigando todos a ficarem em pé, olhando para a parede. A suspeita é de que se trata de um grupo de extermínio.
“Quem tem passagem [pela Polícia]? Quem não tem, vai ter agora”, disse um deles. Em seguida, foram disparados vários tiros.
Segundo o depoimento de um sobrevivente, dos quatro encapuzados, um calçava tênis e os outros três estavam de de coturnos.
Baleados com tiros nas costas, morreram três no local - o proprietário do bar, o comerciante Jean de Assunção Pedroso, de 30 anos, Douglas Santos Fernandes, de 18 e Anderson José Leite da Silva, de 19.
Como as vítimas foram baleadas de escopeta calibre 12, a Polícia não tem como fazer o confronto de balística das cinco vítimas.
É que esse tipo de calibre não permite o confronto da arma apreendida com a perfuração, uma vez que os estojos caem após os disparos.
No local do crime, no entanto, não foram encontrados os estojos, levantando a suspeita de que alguém passou e os recolheu.
O crime é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).