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Quarta - 05 de Março de 2014 às 17:36
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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A Operação Aprendiz, deflagrada no final do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), entrou na reta final e vai começar a análise dos documentos aprendidos.

O trabalho será retomado após a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça derrubar a liminar, que havia suspendido o processo da operação, que tem, entre os principais suspeitos, o ex-presidente da Câmara de Cuiabá, vereador João Emanuel (PSD). 

O coordenador do Gaeco, promotor Marco Aurélio de Castro, explicou que os documentos foram aprendidos durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na Câmara, na Gráfica Propel, no Cartório do 2º Serviço Notarial e Registral de Várzea Grande, em um escritório de contabilidade e em três residências em Cuiabá - uma deles, do vereador. 

“Com a autorização da retomada dos trabalhos, nós caminhamos para análise de todas essas provas, que indicam uma possível existência de uma fraude”, afirmou o coordenador do Gaeco, que considerou a decisão do TJ como "uma vitória". 

Entre as provas apresentadas pelo Gaeco contra o vereador está o vídeo gravado por uma das supostas vítimas de João Emanuel. Ele é flagrado supostamente, articulando, uma suposta fraude. 

“No próprio vídeo, ele indica como ser a forma de fraudar a licitação”, disse. 

Peritos indicaram que o vídeo não passou por nenhum tipo de corte ou edição, confirmando a veracidade da gravação.

“Na minha concepção, são muito graves os fatos investigados”, declarou Castro.

Supostas fraudes

João Emanuel foi acusado de se envolver em um esquema de falsificação de documentos de terrenos. 

Os imóveis, com os documentos falsificados, seriam utilizados como garantia para agiotas na captação de dinheiro para sua futura campanha para deputado em 2014.

A investigação do Gaeco apontou que os terrenos seriam pagos aos proprietários, com oferta de participação em processos licitatórios fraudados na Câmara Municipal.

Na época da investigação, o promotor de justiça Marco Aurélio informou que o suposto esquema consistia na “captação de recursos no universo de factorings e a suspeita é que o presidente utilizava a estrutura ali existente para dar uma legalidade no pagamento”.

Outra imputação contra João Emanuel diz respeito ao contrato com a Gráfica Propel. Segundo o MPE, somente no ano de 2013, mais de R$ 1,4 milhão foram pagos a empresa, por trabalhos prestados a Câmara.

A Gráfica Propel, que venceu uma licitação pública, teria adquirido, segundo as investigações do Gaeco, no ano de 2013 cerca de R$ 63 mil em produtos gráficos, mas teria entregado de fato para Câmara materiais estimados em cerca R$ 1.4 milhão.

Em decorrência da operação, João Emanuel, que estava no comando da Câmara de Vereadores, renunciou ao cargo.





Fonte: Midia News

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