As chuvas que prejudicaram o andamento da colheita estão impondo na queda da produtividade acumulada em Mato Grosso. Conforme divulgou ontem o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na semana anterior, a produtividade média estava em 54 sacas por hectare colhido (sc/ha) e nesta semana caiu para 53,3 sc/ha. O Imea projeta (até o momento) que os produtores podem ter uma perda de aproximadamente 1,8% da produção total. Mesmo assim, o ano-safra deve encerrar com produção e produtividade recordes.
“São rotineiros os registros de soja avariada e com elevado grau de umidade, além do registro de abandono de algumas áreas devido ao excesso de chuvas que fez a soja brotar na vagem, impossibilitando a colheita, porém isso não é regra para todo o Estado. Desta forma, as perdas decorrentes das chuvas são evidentes, mas ainda difíceis de serem quantificadas”, avaliam os analistas da cadeia de grãos.
Mesmo com inúmeros relatos de problemas e perdas confirmadas em todas as regiões do Estado, os analistas mantêm as projeções feitas para a sojicultura mato-grossense para esta safra. A produção deve atingir recorde de 26,88 milhões de toneladas (t), que se confirmada será 13,61% maior que a colheita da safra passada, 23,66 milhões t. Em relação à produtividade, o Imea prospecta média de 54 sacas/ha ante 50 sacas, ganho de 8,39%. Se o rendimento se confirmar será o maior das últimas cinco safras de soja, em Mato Grosso.
AS CHUVAS – Conforme o Imea, após as fortes chuvas que caíram sobre Mato Grosso, impedindo a entrada das máquinas em grande parte do Estado por quase 10 dias seguidos, nessa última semana, o tempo abriu e os produtores conseguiram colher. “Desta forma, a colheita avançou 11,2 pontos percentuais (p.p.), atingindo 58,5% da área plantada, praticamente a mesma porcentagem da safra anterior”. Mas, em outra análise o ritmo acaba sendo superior ao registrado no mesmo período do ano passado, mesmo sob chuvas constantes. “Todavia, esta safra está a frente da anterior em números absolutos, tanto em área como em produção, com 4,1% e 11,4%, respectivamente, lançando no mercado 15,5 milhões/t até o momento”. Neste ciclo, a área plantada soma 8,30 milhões/ha, expansão de quase 5% sobre a superfície anterior de 7,91 milhões/ha.
COMERCIALIZAÇÃO - A comercialização da soja da safra 13/14 atingiu 62% da produção estimada, ou seja, 16,6 milhões/t da oleaginosa já comprometidas até o final de janeiro de 2014.
Em relação à safra anterior o atraso é de 10,7 p.p., entretanto, devido ao aumento de 13,6% na produção estadual, em valores absolutos o volume comercializado até janeiro é apenas 3,12% inferior ao montante da safra 12/13 negociado até o mesmo período do ano anterior. Apesar de iniciada mais tardiamente, a safra 13/14 apresentou volumes mensais superiores em oito dos 12 meses analisados e preço médio mensal superior em quatro meses. O preço médio ponderado pelo volume comercializado mensalmente é de R$ 46,03/sc para a soja da safra 13/14, 4,4% menor do que o da safra 12/13 neste mesmo período.