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Sábado - 08 de Março de 2014 às 10:07
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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Erenita atua na administração, faz almoço para os funcionários e também solda e corta materiais. (Foto: Rodrigo Lorenzon/Sebrae-MT)

Erenita atua na administração, faz almoço para os funcionários e também solda e corta materiais. (Foto: Rodrigo Lorenzon/Sebrae-MT)

Nascida no interior da Bahia e criada em São Paulo (SP), Erenita Pereira de Oliveira, 59 anos, agora mora no município de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, onde trabalha há 19 anos como serralheira. Exemplo de força e superação, ela conta passou por maus bocados, mas que sempre aproveitou as oportunidades que a vida lhe deu para começar tudo de novo. “Hoje posso dizer que sou uma mulher realizada e feliz”, enfatiza.

Erenita fala que chegou em Mato Grosso no ano de 1982, com o marido e os três filhos. Ela trabalhava na organização de buffets, porém após uma cirurgia mal sucedida, teve que parar de trabalhar. “Passei por uma cesariana e por conta de um erro médico eu perdi meu filho. Depois disso fiz três procedimentos cirúrgicos muito invasivos ao longo de dois anos”, comenta.

Durante o período de recuperação, Erenita incentivou o marido a montar a serralheria. Com o passar do tempo ela começou a ajudá-lo nas atividades da empresa. “Comecei a buscar materiais, cortar, medir e acabei me envolvendo totalmente”, comenta. Anos mais tarde, já com os três filhos crescidos, Erenita se separou do marido.

“Ele [o ex-marido] não tinha experiência como negociante, fazia trabalho sem receber. Percebi que a situação estava muito ruim quando eu que sempre fiz ceia, passei um natal apenas com ovo para comer”, relembra. Segundo ela, essa situação foi determinante para que ela pedisse a separação e passasse a administrar a serralheria. Entre os percalços, Erenita fala que quase perdeu a serralheria por diversas vezes, segundo ela, por consequência dos resultados da administração do ex-marido.

Atualmente, Erenita trabalha como empresária da serralheria, mas afirma que sempre que precisa, pega pesado no barracão que abriga a empresa,que funciona no mesmo terreno onde ela mora. “Hoje eu atuo em toda parte, na administração, faço almoço para os funcionários, separo material para reciclar, além de cuidar da casa”, destaca. “E sempre que precisa, vou para o barracão cortar e soldar”, pontua.

Mulher diz que superou limites, desprezos e humilhações que sofria. (Foto: Rodrigo Lorenzon/Sebrae-MT)

Mulher diz que superou limites, desprezos e humilhações
que sofria. (Foto: Rodrigo Lorenzon/Sebrae-MT)

Apesar de confessar ter certo apreço pela atual profissão, Erenita confessa que tem outros planos em mente. “Preciso parar com a serralheria. Vou complementar 60 anos, não posso entrar de bengalinha na serralheria”, admite. “Mas não fechar os portões da empresa, tenho empresas que dependem do meu trabalho”, adianta.

Erenita explica que há 10 anos trabalha paralelamente em um buffet que ela montou e ainda esse ano deve passar a dar prioridade ao ramo alimentício. Ela conta que durante esses anos montou uma cozinha especial em uma das peças da casa dela, pois já tinha a intenção de voltar a cozinhar. 

Sobre a vida, Erenita se empolga ao dizer que se considera uma mulher feliz e realizada. “Principalmente por ser mulher, pois nós superamos tudo. Eu sou a prova disso. Superei o abandono, desprezo e humilhação”, reforça. Quanto ao Dia da Mulher, Erenita deixa uma mensagem: “Mulheres precisam se valorizam enquanto ser humano, mas usar a liberdade com responsabilidade. É maravilhoso viver e ser mulher, é motivo de comemoração”, se anima.






Fonte: Do G1

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