O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, protocolou na Justiça, nesta sexta-feira (7), denúncia (acusação formal) contra 17 suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em ataque a caixas eletrônicos.
Os integrantes da organização criminosa são de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e agiam no Centro-Oeste. A maioria de seus membros foi identificada e presa durante as investigações realizadas pelo Gaeco.
Entre os denunciados estão Welington Ferreira do Prado, Thiago Dias de Souza e Joélcio Marques de Souza, considerados os chefes que esquema.
Foi constatado, ainda, que o primeiro acusado mantinha contatos com a facção criminosa “Primeiro Comando da Capital”, o PCC.
Atualmente, dos três, apenas o primeiro encontra-se recolhido na Penitenciária Central do Estado, no bairro Paschoal Ramos, na Capital. Os outros dois já estiveram presos em unidades de Cuiabá e Campo Grande (MS).
De acordo com a denúncia, o bando era comandado por Welington Ferreira do Prado. Conhecido como "Cangaceiro", somente em Mato Grosso, ele teria participado de assaltos no Vale do São Domingos, Conquista D´Oeste e Nova Lacerda, na região Oeste do Estado.
Segundo o Gaeco, o assalto realizado na agência do Banco do Brasil de Alto Paraguai (218 km a Médio-Norte de Cuiabá), em agosto do ano passado, contou com o envolvimento de uma célula da quadrilha.
Pouco antes da ação, parte do grupo rendeu moradores em uma residência da cidade e, após colocar as vítimas presas em um quarto, levaram celulares e um automóvel, que foi utilizado no arrombamento ao caixa eletrônico.
Os “mentores”, segundo o Gaeco, são indivíduos considerados de alta periculosidade e especializados na prática de crimes a agências bancárias na modalidade conhecida por “Novo Cangaço” e explosão de caixas eletrônicos.
Dinamite
A desarticulação do esquema ocorreu a partir de investigações realizadas em torno de uma explosão a caixa eletrônico ocorrida em uma agência do BB de Alto Paraguai,
Na ocasião, utilizando dinamite, os acusados conseguiram explodir o caixa eletrônico e retiraram a quantia de R$ 3.489.00. O restante do dinheiro, segundo o MPE, acabou queimado.
Logo após a ação criminosa, três deles se dirigiram até Mato Grosso do Sul para explodirem outros caixas eletrônicos, ocasião em que foram presos depois de roubarem um veículo em Campo Grande.
Na oportunidade, foram encontrados diversos explosivos pertencentes ao bando e que seriam utilizados na execução dos crimes.
O grupo
Consta na denúncia, ainda, que a organização criminosa era dividida em dois grupos: os mentores intelectuais e os executores dos crimes.
O primeiro era formado por detentos que, mesmo reclusos em unidades prisionais, planejavam, angariavam armamentos e determinavam a prática dos crimes.
Os executores, por sua vez, eram designados pelo primeiro grupo a colocar em prática os planos da quadrilha.
Os promotores do Gaeco destacaram que a atuação conjunta com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul foi imprescindível para a prisão dos integrantes da quadrilha.
Conforme a denúncia, parte do grupo vai responder por constituição de organização criminosa, e os demais, por furto qualificado pelo concurso de agentes, explosão; e roubo qualificado de veículo, fatos estes ocorridos no território mato-grossense.