Agências de inteligência identificaram um dos dois passageiros que embarcaram com um passaporte roubado no avião da Malaysia Airlines que desapareceu com 239 pessoas a bordo no sábado (8) quando voava de Kuala Lumpur para Pequim, mas não divulgaram sua identidade.
Durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (10), o chefe da agência civil de aviação da Malásia, Azharuddin Abdul Rahman, também confirmou que os dois homens que usaram passaportes roubados não tinham aparência asiática. "Está confirmado que eles não tinham aparência asiática", afirmou.
Segundo o jornal britânico "The Guardian", quando questionado sobre com quem ele se parecia, ele citou o nome do jogador de futebol italiano Balotelli. A identidade e a nacionalidade do homem não foram divulgadas pelo representante.
"Posso confirmar que não é malaio, mas não posso divulgar ainda a que país pertence", disse o inspetor geral da polícia malaia, Tan Sri Khalid Abu Bakar, segundo o jornal local "The Star".
Durante a entrevista ao jornal "The Star", Tan também afirmou que o homem identificado não era da província chinesa de Xinjiang, região autônoma onde um conflito entre o regime comunista e minorias muçulmanas como os uigures aumentou nos últimos anos.
Os meios de comunicação chineses se perguntam se o desaparecimento do avião está vinculado ao atentado atribuído a grupos separatistas de Xinjiang praticado em 1º de março em uma estação de trem de Kunming, capital da província de Yunnan, que deixou 29 mortos e 143 feridos.
Os passaportes roubados na Tailândia em 2013 e 2012 pertencem ao italiano Luigi Maraldi e ao austríaco Christian Kozel, e nenhum dos dois se encontrava na Malásia no sábado passado.
Agências de inteligência de vários países participam de uma investigação que procura esclarecer o que aconteceu com o avião e quem eram os passageiros com passaportes falsos.
A proprietária da agência de viagens da Tailândia que vendeu as passagens aos dois homens que embarcaram no voo com passaportes falsos afirmou ao "Financial Times" que os tickets foram comprados por um homem com conexões de longo tempo com o Irã.
Azharuddin Abdul Rahman, chefe da agência civil de aviação da Malásia, disse que não se descarta nenhuma possibilidade, incluída a de um possível sequestro ou ataque terrorista. "Necessitamos de provas, restos do avião para determinar o que ocorreu", disse.
Desaparecimento
O voo MH370 decolou de Kuala Lumpur à 0h41 locais (13h41 de sexta-feira no horário de Brasília) e deveria chegar a Pequim seis horas depois.
As autoridades de aviação civil malaias indicaram que sua última posição no radar antes da perda do sinal foi às 1h30 locais (14h30 de sexta-feira no horário de Brasília).
Ao todo, 239 pessoas estavam no avião, sendo 229 passageiros, incluídos dois menores, e uma tripulação de 12 malaios.
Um total de 24 aviões e 40 embarcações do Vietnã, China, Cingapura, Estados Unidos, Indonésia, Tailândia, Austrália, Filipinas e Nova Zelândia participam da busca no golfo da Tailândia, mas, por enquanto, sem ter encontrado restos do aparelho.