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Nacional
Segunda - 17 de Março de 2014 às 10:23
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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Os três policiais militares que socorreram Cláudia da Silva Ferreira, de 38 anos, no Morro da Congonha, em Madureira, no Subúrbio do Rio, estão presos, como mostrou o Bom Dia Rio nesta segunda-feira (17). A auxiliar de serviços gerais morreu depois de ser aitngida por bala perdida durante operação policial de combate ao tráfico de drogas na região. Testemunhas contaram que Cláudia foi colocada no porta-malas do carro da polícia para ser levada ao hospital. No entanto, durante o trajeto, o porta-malas abriu e o corpo da auxiliar de serviços caiu, sendo arrastada pela rua. A PM abriu um inquérito para investigar os fatos.

O jornal Extra publicou nesta segunda (17) ovídeo feito por um cinegragista amador que mostra a mulher sendo arrastada por cerca de 250 metros. Cláudia da Silva Ferreira teria ficado pendurada no para-choque do veículo apenas por um pedaço de roupa.

“Minha filha contou que ela ia comprar R$ 3 de pão e R$ 3 de mortadela, mas não deu tempo de chegar”, disse o marido de Cláudia, que preferiu não se identificar por questões de segurança.

Cláudia Silva Ferreira está sendo velada no Cemitério de Irajá, no Subúrbio do Rio (Foto: Mariucha Machado/G1)

Cláudia Silva Ferreira está sendo velada no
Cemitério de Irajá, no Subúrbio do Rio
(Foto: Mariucha Machado/G1)

Cláudia Silva Ferreira, de 38 anos, era mãe de quatro filhos e criava quatro sobrinhos. O velório está sendo realizado nesta segunda-feira no Cemitério de Irajá, no Subúrbio. O enterro está previsto para as 13h.

'Interromperam o sonho dela', diz marido
Segundo a PM, os policiais faziam uma operação na comunidade. Houve troca de tiros com traficantes e a auxiliar de serviços gerais foi baleada. Logo depois, os moradores revoltados protestaram contra a ação da polícia. Dois ônibus foram queimados.

Eles bloquearam a Avenida Ministro Edgar Romero, uma das principais de Madureira. Segundo os moradores, Cláudia foi baleada no peito e na cabeça pelos policiais do 9º BPM, que subiram o morro atirando.

“Os policiais chegaram de manhã e já chegaram atirando nem mandou nada, chegeram atirando e os tiros cairam todos em cima dela. As pessoas gritaram: é mulher, trabalhadora, moradora e eles continuaram atirando”, afirmou uma moradora.

Amigos de Cláudia reclamaram que os PMs demoraram a socorrê-la. Para eles, a vítima não foi socorrida imediatamente após ser atingida: o socorro só teria sido prestado depois que um traficante foi alvejado.

“No ato em que socorreram, ela não estava com a perna ferida quando ela foi colocada no carro da PM, mas quando chegou ao hospital ela estava coma perna direita em carne viva, a gente entende que ela foi arrastada em algum lugar, que não foi lá, que não tem marca de sangue pelo chão, mas a perna dela está na carne viva. Não deixaram que ninguém acompanhasse, muito mal informaram para onde estava levando ela”, disse um amigo da vítima.

Desolado, o marido de Cláudia lamentou o fato de a mulher não ter conseguido realizar seus sonhos. “Extrovertida, guerreira para caramba, determinada no que queria. Infelizmente, o sonho dela não vai poder ser realizado agora, íamos tentar eu vou fazer isso, modificar a casa para ela, que ela não conseguiu, não que ela não conseguiu, interromperam o sonho dela”, afirmou.

Resposta da PM
Em nota, a PM contou que Cláudia da Silva Ferreira teria sido colocada no porta-malas do carro e no caminho do hospital a porta se abriu e foi neste momento em que parte do corpo da moradora acabou sendo arrastado pela rua e provocando mais ferimentos. O comando da PM afirmou que este tipo de conduta não condiz com um dos principais valores da corporação que é a preservação da vida e da dignidade humana.

A Policia Militar informou ainda que os policiais encontraram Cláudia já baleada no alto do morro.
Ela ainda foi levada para o Hospital Estadual Carlos Chagas, mas não resistiu.

Segundo a PM, na operação em Madureira, um traficante foi morto e outro foi ferido e preso. Os policiais apreenderam quatro pistolas, rádios e drogas na comunidade. A Policia Civil vai investigar de onde partiram os tiros.

Para a família, a dor se mistura à indignação. “A sensação é que no morro, na favela só mora bandido, marginal; inseguança, somos tratados como animais”, diz um amigo de Cláudia.






Fonte: Do G1

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