A análise do GPS do helicóptero do deputado Gustavo Perrella (SDD) apreendido com 445 kg de cocaína no Espírito Santo, no dia 24 de novembro, mostra que a aeronave buscou a droga no Paraguai. Um dia antes da apreensão, no dia 23, o helicóptero modelo Robinson-66 foi carregado com a pasta-base de cocaína no país sul-americano.
A afirmação é do delegado Leonardo Damasceno, da Polícia Federal no Espírito Santo, segundo reportagem da TV Gazeta do Espírito Santo. Ele deve concluir o inquérito até o dia 19 de dezembro. Os agentes já chegaram ao homem que comprou por R$ 500 mil a fazenda onde a droga foi apreendida, mas não informaram se ele é o proprietário de fato ou funcionaria como um "laranja" no negócio.
O monitoramento do GPS do helicóptero mostra que não procede o trajeto informado pelo piloto, Rogério Almeida Antunes, funcionário de Perrella na empresa Limeira Agropecuária e que chegou a ser nomeado na Assembleia Legislativa por sua indicação.
A aeronave voou do Paraguai até o interior de São Paulo - que o piloto diz ser Avaré-, onde teria descarregado. O helicóptero pernoitou no Campo de Marte, na capital paulista, retornou ao depósito onde estava a droga e seguiu para Divinópolis (MG), onde abasteceu. Em seguida, pousou na fazenda em Afonso Cláudio (ES), onde os traficantes foram cercados pela Polícia Federal. Além do piloto, o co-piloto e dois homens que descarregaram a droga foram presos.
Senador pede Lei de Imprensa
O senador Zezé Perrella (PDT), pai do deputado Gustavo Perrella, defendeu em reunião na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado a cobertura da imprensa no caso. Ele defendeu a votação de uma Lei de Imprensa para restringir o que chamou de tentativa de "denegrir a imagem de um jovem deputado".
— Já passou da hora de revermos a Lei de Imprensa. A maioria deles não tem nenhuma responsabilidade com o que escreve. Deturpam a moral das pessoas. Quero ver agora o que a imprensa vai dizer.