Cadela de resgate Zaira morreu após suspeita de ter ingerido veneno de rato, em Colíder. (Foto: Corpo de Bombeiros/Colíder)
A morte de uma cadela que era utilizada para operações de resgate foi denunciada à polícia pelo Corpo de Bombeiros de Colíder, cidade a 648 km de Cuiabá. Os militares acreditam que o animal tenha ingerido veneno para combater ratos e morreu depois de passar mal. O caso foi registrado nesta terça-feira (18) e logo em seguida os bombeiros registraram um boletim de ocorrência por maus-tratos na Polícia Militar.
Conforme informações do comandante da 12ª Companhia de Bombeiros de Colíder, tenente Rafael Ribeiro Marcondes, a cadela Zaira, da raça labrador, começou a passar mal e vomitava sangue. Ela chegou de ser internada em uma clínica veterinária da cidade, mas morreu no mesmo dia.
Zaira tinha dois anos de idade e foi a primeira cadela utilizada pelos bombeiros de Mato Grosso para operações de busca e resgate. O trabalho com cães começou em 2012 na companhia de Colíder, quando Zaira e outros três cães filhotes da mesma raça foram doados e treinados para auxiliar os militares nas operações.
Dos quatro cães da companhia, dois moram no canil da corporação e outros dois, incluindo Zaira, moram nas casas de bombeiros da unidade, que são tutores dos animais. “O soldado que cuida dela foi alimentá-la ontem e já a encontrou vomitando sangue. Levamos para um veterinário que aplicou soro. Zaira até apresentou uma melhora, mas teve hemorragia interna e múltipla falência dos órgãos”, disse ao G1 o tenente.
Cadela dos bombeiros em treinamento com militares, em Colíder. (Foto: Corpo de Bombeiros/Colíder)
Ainda segundo relato dos bombeiros, o veterinário disse ter encontrado vestígios de veneno utilizado para matar ratos em Zaira. Com isso, acreditam que alguma pessoa possa ter dado o veneno para a cadela. "Ela era treinada para ajudar em buscas de pessoas perdidas na mata ou vítimas de afogamento. Era uma cadela extremamente dócil", lamentou o bombeiro.
O grupo de cães também é utilizado em uma terapia para crianças assistidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em Colíder. "Uma das crianças, que é cega, chegava a chorar e se emocionar cada vez que tocava nos pêlos de Zaira. A filha do bombeiro (tutor de Zaira) também era apaixonada pela cadela", comentou Marcondes.
O corpo da cadela foi enterrado nos fundos do canil da corporação. Ao lado dela, os militares plantaram uma muda de palmeira imperial, como símbolo de grandeza.