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Nacional
Quarta - 19 de Março de 2014 às 17:54
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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Tio de Rayline respondeu SMS: Avisa alguma coisa (Foto: Luana Leão/G1)

Tio de Rayline respondeu SMS: 'Avisa alguma coisa',
pediu, apreensivo.
(Foto: Luana Leão/G1)

O comerciante Rubélio Santos, tio de Rayline Campos, uma das passageiras que estava noavião desaparecido na terça-feira (18) durante viagem de Itaituba ao município de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, contou que entrou em contato cinco minutos depois de receber a última mensagem da sobrinha, mas o aparelho já estava sem sinal. O avião seguia com cinco pessoas (veja o nome dos passageiros) para uma aldeia indígena e, segundo a Aeronáutica,  desapareceu 1h20 depois de o piloto ter feito o último contato pelo rádio.

Santos chegou a receber dois SMS da Rayline, antes de o avião desaparecer. No primeiro, enviado às 12h47, ela avisava que estava em um temporal e que o motor havia parado. “Tio to em temporal e um motr parou avisa a mae q amo muit tods ...to aflita..to em pânico...se eu sair bem aviso...to perto do jkre...reza por nos...n avisa a tia ainda... (sic)”.

Na segunda mensagem, às 12h48, Rayline pedia ajuda. “O motor ta parando.socorro tio tio (sic)”. Ele conta que, logo em seguida, respondeu a mensagem, pedindo que a sobrinha falasse alguma coisa, “mas ela não respondeu”, completa.

'Não desconfiei de trote', conta o tio (Foto: Luana Leão/G1)

'Não desconfiei de trote', conta Rubélio Santos.
(Foto: Luana Leão/G1)

"Minha primeira reação foi sentar, respirar fundo”, lembra. Após perceber que não tinha retorno, Santos decidiu ligar. “Eu fiquei esperando, mas como não tive retorno, liguei apreensivo. Já estava dando fora da área. Fiquei aflito, sem saber o que fazer”.

Ele diz que não desconfiou de trote, porque sabia que ela estava voltando para o trabalho num bimotor. “Eu não desconfiei, até porque nessa região os aviões voam baixo e ela dizia na mensagem que já estava perto de Jacareacanga”, conta.

No primeiro momento, o comerciante não contou para ninguém da família. Rayline pedia na mensagem que a tia, esposa de Rubélio, ainda não fosse informada. “Acho que era para não assustar e eu obedeci, não falei para minha esposa. Quando vi que ela não atendeu minha chamada, saí para buscar informações com um amigo da Infraero, quando voltei ela [esposa] já sabia. A chefe de enfermagem do local onde elas trabalham havia ligado”, conta.

A mãe de Rayline mora em Fordlândia, no oeste do Estado. A irmã mais velha seguiu paraItaituba nesta quarta-feira (19) para acompanhar as buscas. Até então, a família mantém contato com a Casa de Saúde Indígena (Casai), em Jacareacanga.

Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), as buscas pela aeronave continuam nesta quarta-feira. Um avião de Manaus e outro de Campo Grande estão ajudando nos trabalhos de localização.

Entenda o caso
O bimotor decolou do aeroporto de Itaituba às 11h40 da última terça-feira, em direção ao município de Jacareacanga. Cinco pessoas estavam no bimotor: o piloto, um motorista e três técnicos de enfermagem que seguiam para uma aldeia dos índios Munduruku.

De acordo a Agência nacional de Aviação Civil (Anac), a situação da aeronave desaparecida, de matrícula PR-LMN, estava regular. A Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) estavam em dia.






Fonte: Do G1

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