Marília Rodrigues foi encontrada morta, no escritório
onde trabalhava (Foto: TV Integração/Reprodução)
O piloto e empresário Claudio Grigoletto, acusado pelo homicídio da mineira Marilia Rodrigues, relatou a versão dos fatos durante a segunda audiência do processo, ocorrida nesta semana em Bréscia, na Itália. O depoimento durou mais de duas horas e ele contou como o crime aconteceu e o que motivou os fatos. O processo vai continuar no dia 17 de abril, quando deverá ser conhecida a sentença do júri. O G1 entrou em contato com a mãe da mineira, Natália Maria da Silva, que informou que estará presente na última audiência.
A uberlandense Marília Rodrigues Silva Martins foi encontrada morta no escritório onde trabalhava, em agosto de 2013, na cidade de Gambara. Ela apresentava ferimentos no corpo e no local onde foi encontrada havia um forte cheiro de gás. A brasileira estava grávida de quase cinco meses do italiano.
Segundo informações divulgadas pela Agência Italiana de Notícias (ANSA), Claudio Grigoletto disse no depoimento que Marília foi assassinada após uma discussão sobre o apartamento que os dois estavam procurando. "Marília tinha uma tesoura nas mãos e tentou me atingir na garganta, então eu a peguei por um braço e a derrubei. Ela se chocou contra o batente da porta e começou a perder sangue da cabeça. Suas pernas tremiam, então eu coloquei as mãos no seu pescoço e o apertei", contou Grigoletto, que chorou várias vezes enquanto reconstituía o crime.
Claudio Grigoletto, ainda de acordo com a ANSA, acrescentou que tinha consciência de ter matado a brasileira. “Quando percebi que estava morta, abri o gás da caldeira do escritório. Espalhei amônia e ácido clorídrico pelo corpo, depois peguei alguns jornais e tentei colocar fogo sobre ele", ressaltou o acusado.
Antes de cometer o crime, o piloto salientou que pensou várias vezes em se suicidar por conta das dificuldades econômicas que enfrentava e porque estava cada vez mais difícil esconder o caso extraconjugal com a brasileira da esposa, com quem tem duas crianças. Claudio Grigoletto também relatou que sabia que a verdade seria descoberta em questão de horas e que, inicialmente, negou o crime para aproveitar seus últimos momentos "de felicidade" com os filhos.
Para Natália Maria da Silva, o depoimento de Claudio Grigoletto foi todo recitado. "Foi uma mentira atrás da outra", exclamou.