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Sexta - 21 de Março de 2014 às 08:48
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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Anderson Silva não quis citar nominalmente Vitor Belfort, mas fez questão de comemorar a decisão da Comissão Atlética de Nevada – seguida pela Comissão Atlética Brasileira de MMA – de banir a terapia de reposição de testosterona (TRT), artifício que era utilizado por Belfort. Com a proibição, o carioca teve de desistir de disputar o cinturão dos pesos-médios contra Chris Weidman – algoz do Spider em duas lutas – e dar o seu lugar para Lyoto Machida, no UFC 173, no dia 24 de maio, em Las Vegas. Ao ser questionado se a boa fase de Belfort, que vinha de três vitórias contundentes por nocaute, poderia ser explicada pelo uso de TRT, Anderson Silva respondeu:

– Isso você precisa perguntar para ele. A minha opinião sobre o TRT é que se você precisa fazer a reposição é porque você está velho para fazer o tipo de esporte que está praticando. É muito de cada um, de cada atleta. Eu acho que não é justo com os atletas que não fazem reposição lutar contra um atleta que faz a reposição hormonal. Isso é uma coisa que precisa ser questionada – afirmou Anderson, de 38 anos de idade, um a mais do que Belfort.

Em São Paulo para uma série de compromissos, o ex-campeão peso-médio do UFC falou sobre outros relevantes assuntos em entrevista ao Combate.com (veja o vídeo). Depois de assegurar que ele está se recuperando bem da fratura na perna esquerda, mas só vai voltar a lutar em 2015 e não se vê mais lutando pelo cinturão, o Spider disse que Lyoto Machida tem tudo para vencer Chris Weidman e conquistar o cinturão. Ele também comentou que não desistiu de fazer uma luta de boxe contra Roy Jones Jr, e deixou no ar a chance de ele encarar o canadenseGeorges St-Pierre, ex-campeão peso-meio-médio que deu uma pausa na carreira por tempo indeterminado. O astro também aproveitou a ocasião para pedir que o UFC promova a esperada luta entre a brasileira Cris Cyborg e a americana Ronda Rousey, campeã do peso-galo feminino.

Confira trechos da entrevista com Anderson Silva:

Combate.com: Como está a recuperação da cirurgia na perna esquerda?
Anderson Silva: Estou bem, continuo fazendo fisioterapia e já comecei os meus treinos. Na verdade, três semanas depois, eu já estava fazendo fisioterapia. Vou voltar aos treinos normais em mais três ou quatro semanas.

Anderson Silva (Foto: Diogo Venturelli)

Anderson Silva estica a perna esquerda, a da fratura,
em evento na capital paulista (Foto: Diogo Venturelli)

Você ficou com receio de não conseguir mais sequer treinar?
Eu não sabia o grau da lesão. Mas depois que o meu médico (Márcio Tannure) me disse que o tipo de lesão era normal. Eu só queria saber como iria ficar a minha perna. Ele sempre me acalmou e me deu todo o suporte para que eu ficasse tranquilo. Apesar do drama e do choque, era algo normal. O meu médico me deu todo o suporte para que eu pudesse voltar tranquilo. Estou sem medo de fazer nada.

Você está muito ansioso para voltar?
Não estou ansioso. Estou ganhando meu tempo, mais maduro. O acidente me fez pensar em outras coisas que eu estava deixando de lado por falta de tempo, com a minha família, meus filhos e meus projetos pessoais. Eu vou voltar quando for, sem pressa e sem pressão para fazer o que eu amo.

Você pretende escolher os seus próximos adversários?
Eu nunca escolhi luta, eu sempre lutei com os adversários que me colocaram para lutar. Eu não tenho nada a provar para ninguém. Eu quero treinar e voltar a lutar.

O Lyoto tem grandes chances de vencer o Weidman, que é um cara normal, sem nenhuma arma que possa trazer perigo para o Lyoto"

Anderson Silva

Você ainda quer fazer uma luta de boxe com o Roy Jones Jr?
É um projeto pessoal e seria um grande evento esportivo. Apesar do Roy não ser mais o mesmo de cinco anos atrás, dez anos, ele é um grande atleta de boxe. É um sonho que eu sempre tive desde muito garoto. Mas ficou um pouco distante depois da última conversa que eu tive com o Dana (White) e o Lorenzo (Fertitta). Não foi animadora a conversa. Mas não desisti, pois é um sonho meu.

Pode acontecer uma luta com o Georges St-Pierre? Seria interessante para você?
Pode ser, tudo é possível. Eu sou um lutador. Se for para acontecer, eu vou me preparar para que eu faça uma boa luta.

O Lyoto Machida tem condição de vencer o Chris Weidman? Você pretende ajudar no treinamento do Lyoto?
Eu tenho meus compromissos pessoais e o Lyoto está com uma equipe muito boa. Eu acredito muito no Lyoto e vou torcer por ele. Somos amigos pessoais. Esse cinturão precisa estar no Brasil. Eu sempre disse, que independentemente de ser comigo ou não, esse cinturão é um patrimônio brasileiro, nós conquistamos isso. O Weidman é um grande atleta, mas é um cara que não tem muito segredo lutar com ele. O Lyoto tem grandes chances de vencer o Weidman, que é um cara normal, sem nenhuma arma que possa trazer perigo para o Lyoto. Ele faz bem o jogo ao qual ele treina, e faz muito bem. Mas o jogo do Lyoto é difícil de encaixar, ele se movimenta muito bem. Eu acredito que o Lyoto tem grandes chances.

A minha opinião sobre o TRT é que se você precisa fazer a reposição é porque você está velho para fazer o tipo de esporte que você está praticando"

Anderson Silva

Como você viu o fato de o Vitor Belfort ter sido obrigado a desistir da luta com o Weidman por conta da proibição do uso do TRT? Você acha que a boa fase do Vitor tinha alguma relação com o uso do TRT?
Isso você precisa perguntar para ele. A minha opinião sobre o TRT é que se você precisa fazer a reposição é porque você está velho para fazer o tipo de esporte que você está praticando. É muito de cada um, de cada atleta. Eu acho que não é justo com os atletas que não fazem reposição lutar contra um atleta que faz a reposição hormonal. Isso é uma coisa que precisa ser questionada.

Você acha que o UFC deveria promover a luta entre Ronda Rousey e Cris Cyborg? 
Eu acredito que essa luta precisa acontecer. A Ronda é uma grande lutadora. Mas a Cris tem 90% de chance de vencer a Ronda. Ela treina muito e tem todas as características e técnicas cabíveis para vencer a Ronda. Essa luta precisa acontecer, pois o Dana White deve isso para o público do UFC.

Você sentiu uma mudança de comportamento do torcedor brasileiro após você perder o cinturão e depois a revanche para o Chris Weidman?
Em alguns momentos você é amado e em outros odiado. Como eu sou corintiano, eu sei bem como é isso. Eu sei da importância e da minha responsabilidade como atleta brasileiro e sempre que estou representando o meu país, eu tento ser o mais patriota possível. Os fãs brasileiros percebem isso, mas existe uma cobrança grande, algo normal. Mas é até bom que exista essa cobrança para que a gente entenda a importância do que fazemos.






Fonte: GloboEsporte.com

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