O processo eleitoral em Mato Grosso ganhará novos contornos a partir de agora com a decisão do PTB de lançar Luiz Antônio Pagot, homem forte do senador Blairo Maggi (PR) e ex-diretor do Dnit, como candidato a sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB) tendo Serys Marli Slhessarenko como candidata a única vaga para o Senado da República.
Em reunião com mais de quatro horas de duração, a Executiva Regional do partido, que na esfera federal vai acompanhar o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e sinalizava apoio a candidatura ao governo do Estado do senador Pedro Taques (PDT), optou por endurecer na relação partidária por não encontrar respaldo as suas pretensões eleitorais que eram pela vaga de senador e algumas candidaturas proporcionais para deputado federal e estadual.
Sob o comando do ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, presidente nacional da Fundação Instituto Getúlio Vargas, o PTB trabalhou nos últimos meses para ser contemplado com um Ministério no Governo Dilma Rousseff, mas acabou recuando diante da necessidade do partir em eleger representantes para a Câmara Federal para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e televisão. Mesmo assim, uma vaga no primeiro escalão estava confirmada para um eventual segundo mandato presidencial.
O próprio Chico Galindo teve o nome lembrado para cargos em nível federal, mas também recuou e se colocou como candidato a deputado federal para ajudar o partido a conquistar mandatos que além de prestígio político representam força eleitoral e uma maior divisão do Fundo Partidos Nacional que deverá superar os R$ 364 milhões, além de tempo de rádio e televisão, essenciais para as eleições.
A decisão do PTB em lançar candidatos majoritários não foi tomada de rompantes, tanto é que existem negociações com outros partidos que também se consideram alijados do processo eleitoral pelas grandes siglas e a difícil matemática na distribuição de poucas vagas majoritárias em detrimento do número de concorrentes e partidos.
As chapas majoritárias tem o nome do governador, do vice, do senador e dois suplentes de senador.
Na reunião de ontem não faltaram duras criticas ao tipo de tratamento dispensado pelas cúpulas dos partidos de oposição (leia-se PDT de Pedro Taques e Otaviano Pivetta; PSB de Mauro Mendes) com quem o PTB estava inclusive visitando municípios no interior de Mato Grosso e também aos partidos do arco de alianças que chegaram a assediar o PTB por causa da verticalização e da decisão do PT e de Dilma Rousseff de ter apenas um palanque em cada um dos Estados, rejeitando a tese de apoio de vários candidatos e correntes.
A decisão do PTB se mantida com certeza provocará dissabores para outras candidaturas, já que Luiz Antônio Pagot participou das três últimas eleições e se tornou um profundo conhecedor da realidade do Estado além de carregar a fama da solucionador de problemas.