A Secretaria de Estado de Saúde (SES) criou, na semana passada, um Grupo de Assessoramento Especial com o objetivo de verificar denúncias em relação à gestão feita pelo Instituto Pernambucano de Assistência Social (Ipas) nos hospitais regionais de Várzea Grande, Colíder e Alta Floresta.
A equipe foi designada na segunda-feira (24) pelo secretário da pasta Jorge Lafetá e é formada pelas servidoras Sunilde Gomes Aldave, Françoise Geise de Souza e Drielli Martinez Ferreira Lima.
O prazo do grupo, a contar da publicação no Diário Oficial do Estado na quarta-feira (26), é de 10 dias para apresentação do relatório.
Segundo a assessoria de imprensa da pasta, reiteradas denúncias, tanto de médicos das unidades como de fornecedores, foram feitas desde o começo do ano e levaram Lafetá a designar a auditoria.
A principal reclamação é a falta de pagamento. O Estado, no entanto, garantiu que tem feito regularmente os pagamentos ao Ipas.
Em Colíder, a situação refletiu em paralisação dos médicos desde quinta-feira (27).
Segundo os profissionais, os pagamentos estariam atrasados desde o ano passado e, por isso, os serviços de cirurgias, ortopedia e ambulatórios estão suspensos.
Críticas recorrentes
As denúncias dos fornecedores e servidores dos três hospitais regionais geridos pelo Ipas somam-se a outras críticas feitas por profissionais da Saúde, desde a implantação do sistema de terceirização da gestão da Saúde, as Organizações Sociais de Saúde.
O modelo foi apresentado e lançado em 2011 pelo então secretário de Saúde, condenado do Mensalão petista, ex-deputado federal Pedro Henry (PP).
Em janeiro deste ano, por exemplo, a Secretaria de Estado de Saúde rompeu com o Ipas o contrato de distribuição dos remédios da Central Estadual de Abastecimento de Insumos de Saúde (Ceadis), a Farmácia de Alto Custo.
Segundo o secretário de Saúde, Jorge Lafetá, a organização social cometeu pelo menos dois erros graves durante sua gestão, iniciada em 2011, e por isso não há como permanecer gerindo a Ceadis. Um deles, seria a subcontratação de empresas para prestação de serviços de Recursos Humanos (RH).
Desde o anúncio do rompimento, Lafetá informou que equipes da SES fariam avaliações e possíveis auditorias em outras unidades geridas pelo Ipas.
Naquela ocasião, a intervenção e a rescisão de contrato com o Ipas em Várzea Grande, Colíder e Alta Floresta não eram descartadas.
“Os hospitais estão sob investigação e nós estamos dentro dos hospitais promovendo auditorias. A Ceadis foi o pontapé e, sim, podemos fazer intervenções”, destacou.
Outro lado
A assessoria de imprensa do Instituto Pernambucano de Assistência foi procurada, por meio de telefonemas, porém não retornou até a edição desta reportagem.