A cúpula do PTB sinalizou, durante entrevista coletiva na terça-feira (4), que a pré-candidatura de Luiz Antônio Pagot (PTB) ao Governo do Estado será usada para pressionar o senador Pedro Taques (PDT) a abrir espaço para o partido em sua chapa nas eleições deste ano.
Nos bastidores, também é comentada a possibilidade de que ele esteja “segurando a vaga” para que a sigla apoie a eventual candidatura do senador Blairo Maggi (PR) ao Governo.
Apesar de apresentar a proposta de "terceira via", o PTB estaria, na verdade, se valorizando junto aos dois grupos políticos.
A intenção declarada do PTB é emplacar a ex-senadora Serys Slhessarenko (PTB) como candidata a senadora. As negociações foram para que ela fizesse parte da chapa que deve ter Taques como candidato a governador.
Porém, o mesmo espaço é reivindicado pelo DEM do senador Jayme Campos, que pleiteia a candidatura à reeleição. Desse modo, Taques não assegurou ao PTB a vaga desejada – o que levou a sigla a pressionar.
“Conversamos com o Pedro Taques e outras pessoas do grupo, como o deputado Zeca Viana (PDT) e o prefeito [de Lucas do Rio Verde> Otaviano Pivetta (PDT). E sempre tivemos um nome ao Senado, que é o da Serys. Mas, não houve resposta à nossa reivindicação. E então caiu a ficha que tínhamos o melhor nome para governador”, disse o presidente regional do PTB, Chico Galindo.
“Estamos propondo liderar uma terceira via. Mas podemos também ser liderados. Não temos essa vaidade. Podemos apoiar o candidato de outro partido se estiver dentro dos nossos ideais e aceitar a nossa candidata a senadora”, disse Pagot.
Aliança com Maggi
Toda essa pressão, porém, pode não dar resultado, uma vez que o lançamento da pré-candidatura de Pagot também foi entendido como um rompimento com Taques, e a sinalização de que sigla está só esperando a definição do senador Blairo Maggi (PR), para apoiá-lo em sua eventual candidatura ao Governo.
Uma fonte do PTB informou que, nos bastidores, Maggi sinalizou apoio à candidatura de Pagot.
Os dois são amigos e aliados políticos. Pagot foi o homem-forte do Governo de Maggi, até ser indicado por ele para assumir o comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) – onde ficou até 2011, quando “caiu” após escândalos envolvendo pagamento de propina ao PR no Ministério dos Transportes.
Segundo outro petebista, não há dúvidas de que o partido apoiará Maggi caso ele saia candidato.
Nesse cenário, qualquer conversação com o grupo de Taques seria interrompida, e o grupo aceitaria até mesmo compor com a base aliada do atual Governo do Estado.