Terminou, agora há pouco, o júri popular de Cláudio de Souza, o “Peninha”, também conhecido como “Maníaco da Lanterna”. Ele foi condenado a 20 anos e seis meses de reclusão, a serem cumpridos em regime fechado, por ser considerado culpado pelo assassinato de Regina Maria Pereira, no dia 21 de abril de 2001. De acordo com o processo, a jovem estava naquela noite na localidade conhecida como Vicinal Primeira Norte, junto com seu namorado, J.C.S., no interior de um veículo, estacionado na estrada.
Eles teriam sido abordados pelo réu, que na ocasião usava um chapéu e portava uma lanterna e uma espingarda calibre 20. A sentença de pronúncia aponta que “segundo se extrai dos autos, o denunciado a todo o tempo vigiava as vítimas enquanto mantinham relação sexual e, ao abordá-las, determinou-lhes calmamente que saíssem do veículo, bem como que J. passasse para o outro lado de uma cerca próxima dali e se sentasse próximo a um capinzal, ameaçando matá-lo caso não o atendesse. Quanto à vítima Regina, assim que desceu do carro, o denunciado passou a revistá-la. Após, o denunciado determinou que a vítima com ele mantivesse conjunção carnal. Regina, por sua vez, na tentativa de evitar o estupro, afirmou que teria “AIDS”, tendo o denunciado lhe respondido que sabia que isso não era verdade, pois a vira mantendo relações sexuais com J. Na sequência, o denunciado desferiu um disparo de arma de fogo contra Regina. Ao ouvir o estampido, J. fugiu do local seguindo pelo Setor Industrial em busca de socorro. Ainda foi perseguido pelo acusado”.
O namorado conseguiu fugir embrenhando-se no mato e na sequência acionou a polícia. Quando os policiais chegaram no local do crime, encontraram Regina ainda viva, caída sobre o solo, com a orelha esquerda amputada, uma lesão de faca na mão esquerda e lesões decorrentes de projétil de arma de fogo na altura do tórax. O acusado ainda deixou um bilhete onde estava escrito: “toma traidora”.
Regina faleceu no hospital Albert Sabin, devido a choque hemorrágico provocado pelo tiro. Cláudio é réu confesso e foi preso pela primeira vez em 2002, mas fugiu em 2005, ficando foragido por 3 anos. Ao ser recapturado em 2008, voltou a confessar os crimes de homicídio e estupro, sempre na região de Alta Floresta.
Ele ainda é acusado de crimes contra Geyle da Silva, Maria Célia Silva dos Santos, Sirlene Ferreira de Souza, Luiz Carlos Cavalcanti, Rosimeire Zanco, Armandio da Silveira (latrocínio), Vanda Ribeiro de Souza, Celso Ferreira dos Santos, Regina Maria Pereira e José Carlos Santos.
Este foi o primeiro da série de três juris a que ele será submetido neste mês. Ele ainda será julgado por outras duas mortes nos dias 23 e 30. Pesam sobre ele, acusações de estupro, assassinato e tentativa de homicídio de pelo menos 12 pessoas, entre 2001 a 2005.
Preso em Cuiabá, ele já cumpre pena de 20 anos por outro crime, Cláudio foi recambiado ontem para o julgamento. É considerado um dos maiores psicopatas e serial killer do país. Ganhou o apelido de maníaco da lanterna porque que tinha o hábito de focar a lanterna no rosto das vítimas, antes de matá-las e estuprá-las.