Recém-criado e com considerável força política no Estado pelo bancada de vereadores (no total, são 66), o Solidariedade enfrenta uma briga interna que pode prejudicar a legenda nas articulações para as eleições deste ano.
Parte da cúpula do SDD briga com o atual presidente regional, o suplente de deputado estadual Adalto de Freitas, o "Daltinho", para ter espaço na composição da executiva estadual.
Entre os “inimigos” de Daltinho estão o ex-prefeito de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) José Carlos do Pátio, e o sindicalista Manoel da Força.
Na semana passada, membros da Força Sindical da sigla se reuniram em Brasília com o diretório nacionalpara tentar limitar a centralização de poder que Daltinho vem exercendo.
“Na reunião, ficou decidido pela inclusão do grupo do Zé do Pátio e da Força Sindical na executiva regional. O que ele (Daltinho) estava tentando fazer era excluir o grupo da Força, mas ele esteve nessa reunião e terá que incluir o grupo. O que significa que ele perdeu força dentro da executiva regional”, disse o analista político Rodrigo Rodrigues, membro do partido.
O suplente, no entanto, não confirmou a adesão dos membros da Força na composição.
“O espaço será dado dentro dos critérios estatutários, dentro da ordem e do cronograma disciplinar do partido. O Manoel da Força é uma pessoa boa, eu admiro o pessoal da Força. Agora, o Zé do Pátio é uma pessoa doida, polêmica demais. Então, às vezes, isso atrapalha”, disse Daltinho ao MidiaNews.
Caso a decisão da reunião se concretize, Daltinho irá permanecer na presidência e poderá indicar mais um membro; Já Zé do Pátio assumiria a secretaria-geral, com a possibilidade de indicar mais um membro; enquanto a Força Sindical ficaria com a tesouraria.
A batalha interna tem prejudicado a sigla na busca de espaço no blocão da oposição, liderado pelo senador e pré-candidato ao Governo, Pedro Taques (PDT).
Tanto que, mesmo tendo um dos maiores números de vereadores no Estado, o Solidariedade, até o momento, não busca alçar voos mais altos, como a majoritária ou uma "terceira via".
Briga
Desde que Daltinho, supostamente, teria impedido a entrada da Força na composição da Executiva, o suplente vem tendo uma batalha na mídia contra o analista político Rodrigo Rodrigues, que comprou a briga dos “desfavorecidos” da sigla.
Rodrigão, como é conhecido, acusou Daltinho de usar a presidência em benefício próprio, para, por exemplo, viabilizar sua candidatura à Assembleia Legislativa.
Além disso, o analista afirmou que o parlamentar “não tem legitimidade” para comandar o partido, pois responderia a uma série de denúncias, como roubo contra a própria mãe e por ter agredido a esposa.
Em resposta, Daltinho fez uma queixa-crime contra Rodrigo, alegando crimes contra a honra, calúnia e difamação.
Expulsão
De outro lado, Daltinho de Freitas disse ao MidiaNews que conseguiu, junto ao diretório nacional, a expulsão de Rodrigo Rodrigues da composição do partido.
“Falei com o diretório nacional e ele [Rodrigues] está expulso e não entra em lugar nenhum onde eu estiver. Ele é profissional em ‘pilantraria’ e isso já vem do tempo do PDT. Mas não vou polemizar com relação a isso, pois ele está querendo me expor, expor minha mulher, minha família”, afirmou.
Já Rodrigues garantiu que não está expulso e que Daltinho tenta fazer uma “cortina de fumaça” para tentar amenizar o fato de ter perdido espaço dentro do partido.
“Ele sequer é liderança, não tem força dentro do partido. No encontro que ele fez em Cuiabá, no último final de semana, apareceram, apenas, 22 pessoas”, completou
