Gabrielli chegou a ser chamado para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados na semana passada sobre o prejuízo causado à estatal com a compra da refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006, mas cancelou sua ida alegando que seria convocado pela CPI da Petrobras.
No início de abril, Gabrielli afirmou a deputados do PT que a compra de Pasadena foi, na época da compra (2006), "um bom negócio".
Presidente da Petrobrás à época da compra da refinaria de Pasadena, em 2006, Gabrielli admitiu em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo" sua parcela de responsabilidade no negócio controverso, mas dividiu o ônus com a presidente Dilma Rousseff.
Segundo Gabrielli, o relatório entregue ao Conselho de Administração da estatal foi "omisso" ao esconder duas cláusulas que constavam do contrato, mas Dilma, que era ministra da Casa Civil e presidia o conselho, "não pode fugir da responsabilidade dela".
A defesa do negócio de Pasadena de Gabrielli contrasta versão sobre a compra fornecida pela atual presidente da Petrobras, Graça Foster. Em audiências na Câmara e no Senado, a executiva admitiu que a compra de Pasadena "não foi um bom negócio".
Graça também afirmou que a compra da refinaria foi um negócio de "baixo retorno" analisando o cenário do mercado de petróleo e gás atual, mas "potencialmente bom" na época da aquisição dos 50% iniciais da belga Astra Oil. A executiva também foi convocada pela CPI e irá depor no colegiado na próxima terça-feira (27).
Também irá depor o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Ele é apontado como o responsável pela realização do parecer "falho" que balizou a decisão do Conselho de Administração da Petrobras para comprar Pasadena.
Cerveró também já esteve no Congresso dando explicações sobre a refinaria. Em audiência pública na Câmara, o ex-diretor defendeu o negócio e afirmou que não "houve intenção de enganar ninguém" sobre as condições do contrato de compra de Pasadena.