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Segunda - 19 de Maio de 2014 às 19:54
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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A Comissão de Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura em Mato Grosso (Mapa) quer proibir o cultivo da soja safrinha (ou 2ª safra) em Mato Grosso. Segundo o Mapa, o plantio de soja na 1ª e 2ª safra pode fazer com que os ataques das pragas sejam mais severos no último ciclo, diminuindo a produtividade. O perigo aumenta à medida que o cultivo ganha cada vez mais espaço no estado. A estimativa é de que 120 mil hectares tenham sido plantados nesta safra.

O problema é que o cultivo da mesma planta em safras consecutivas acaba fazendo com que as pragas se desenvolvam e criem mais resistência aos defensivos aplicados. Nestes casos, as aplicações de agrotóxicos chegam a ser duas vezes maiores que na safra de verão. “Não podemos permitir que 5% de plantio de soja safrinha coloque em risco 8 milhões de cultivo de soja em Mato Grosso”, afirma o coordenador da Comissão de Defesa Vegetal do Mapa, Wanderlei Dias Guerra.

A pasta chegou inclusive a encaminhar um documento ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea – MT) recomendando o dia 30 de dezembro como data limite para o plantio da soja no estado. Antes que a lei vigore, o Indea quer que a questão seja melhor discutida. “Tem que promover um amplo debate. As partes envolvidas precisam ser ouvidas para que se faça a regulamentação”, diz o coordenador de Defesa Vegetal do Indea, Ronaldo Medeiros.

Em Campo Verde, município a 139 quilômetros de Cuiabá, o agricultor Fernando Ferri já detectou problemas nas suas plantas. Ele cultiva a soja safrinha em 24 hectares de sua propriedade. “A lavoura vinha bem conduzida, bem controlada e num descuido de uma semana a ferrugem aparece”, explica. Apesar disso, Ferri defende que a decisão de plantar ou não a soja safrinha deve ser do próprio produtor. “Estão querendo invadir um direito de propriedade minha e de todos os produtores”.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja – MT) acredita que o assunto precisa ser debatido. Para o diretor da Aprosoja Alexandre Schenkel, o assunto não foi discutido como deveria. “A gente tomou uma medida cautelar para que se tenha os dados suficientes para que a decisão seja correta”.





Fonte: Do G1

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