No espaço de mais de cem quilômetros entre eles, há passagens pela fronteira sem a presença de fiscais.” Assim começa a reportagem de José Maria Tomazela e Evelson de Freitas, do Estado de São Paulo, de 4 de maio último”, mostrando a lastimável situação de nossa defesa sanitária animal e vegetal.
Se o leitor perguntasse a esse colunista qual o instrumento da política pública voltada para o agronegócio que merece ter seu dispêndio aumentado e preservado de qualquer corte dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento (esse Ministério não faz jus a esse nome há muito tempo), nós não titubearíamos: é a defesa sanitária. E acrescentaríamos mais dois: pesquisa e seguro de renda, modalidade inexistente em nosso desenho de políticas, mas praticada em vários países.
Parece que alguns Ministros não percebem que qualquer caso, suspeito ou confirmado, dessa natureza gera uma desconfiança enorme dos mercados externos por parte dos nossos importadores, alguns por valorizarem esse aspecto mais que o Brasil, outros por mal disfarçados interesses protecionistas. Basta um só caso para a ameaça de embargo se manifestar e, pior, com extensão a todo o território nacional, ou seja, o caso aconteceu em Mato Grosso , mas todos os Estados brasileiros, podem ser “contaminados” pela ameaça dos mercados.
E recuperar um mercado perdido por esse motivo é uma eternidade. Vide o caso do embargo russo aos nossos frigoríficos. Portanto, Ministros e Secretários de Estados, muito cuidado com suas “tesouras” implacáveis. Elas podem, em certas situações, custar caro aos agropecuaristas e ao País.