Tendo ocupado cargos estratégicos do poder Executivo estadual (como os de Secretário de Fazenda, da Casa Civil e da Copa), antes de ser preso na última terça-feira (20) e encaminhado à carceragem da PF em Brasília, Éder já acumulava processos nas esferas federal e estadual por envolvimento em escândalos que ficaram conhecidos como o "caso das Land Rovers", o caso "Maquinários" e o caso das Cartas de Crédito, de forma que os crimes investigados no âmbito da operação Ararath consistiriam o quarto escândalo político com suspeita de sua participação.
Além de responder a outros seis processos cíveis na Justiça Estadual, os escândalos políticos levam Éder a figurar como réu em pelo menos quatro na Justiça Federal de Mato Grosso – e o último deles, na 5ª Vara, refere-se aos crimes de lavagem de dinheiroinvestigados na operação Ararath.
Land Rovers
Em 2011, Éder Moraes foi uma das principais figuras apontadas no escândalo gerado pela compra, sem licitação, de dez veículos Land Rover equipados pelo valor de R$ 14 milhões para patrulha da fronteira de Mato Grosso com a Bolívia durante a Copa do Mundo deste ano. À época da aquisição, Éder era diretor da extinta Agência Estadual de Execução das Obras da Copa (Agecopa) – a qual deu lugar à criação da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa).
A revelação da aquisição dos equipamentos na Rússia com dispensa de processo licitatório gerou crise no poder Executivo estadual suficiente para provocar a rescisão do contrato com a empresa fornecedora e, em seguida, Éder e outros dois diretores foram condenados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) ao ressarcimento de R$ 3,1 milhões aos cofres públicos.
Maquinários
Considerado um dos principais episódios de corrupção em Mato Grosso, o caso dos “Maquinários” consistiu no superfaturamento de 705 caminhões e máquinas agrícolas adquiridos pelo governoestadual com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o programa “Mato Grosso 100% Equipado”, de 2009, época do governo de Blairo Maggi (PR).
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A transação teria provocado um rombo de R$ 44 milhões aos cofres públicos de Mato Grosso, segundo apontou a Auditoria-Geral do Estado (AGE). Secretário estadual de Fazenda à época, Éder Moraes teria avalizado as aquisições das máquinas e, por isso, acabou na condição de réu em processo na Justiça Federal por peculato, formação de quadrilha e estelionato.
Além dele, são réus o ex-governador Blairo Maggi e os então titulares das secretarias de Infraestrutura e Administração, respectivamente Vilceu Marchetti e Geraldo de Vitto.
Cartas de Crédito
Também na condição de secretário de Fazenda no período investigado, Éder teve envolvimento no escândalo das Cartas de Crédito em 2012, quando a Polícia Civil deflagrou a operação “Cartas Marcadas”.
Segundo o inquérito, durante sua gestão à frente da Secretaria de Fazenda, Éder teria avalizado a emissão fraudulenta de pelo menos R$ 488 milhões em certidões de crédito do governo para pagamento de indenização a servidores do fisco estadual devido a um acordo extrajudicial firmado após um longo processo por equiparação de carreiras. Éder sempre negou qualquer irregularidade na emissão dos papéis por parte da Sefaz, que teria agido com anuência da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), mas acabou indiciado por fraude na emissão dos títulos.