A criança que estava internada em um consultório da Santa Casa sem estruturafoi transferida na tarde desta quarta-feira (21) para a enfermaria pediátrica em Sorocaba (SP). A menina de 3 anos “hospitalizada” com suspeita de meningite ficou isolada dentro de um local improvisado. “Eu senti pavor de lá. Queria sair daquele consultório/isolamento e ir embora para a minha casa. Tudo o que queria era dar um banho decente nela, mas nem isso eu consegui fazer”, conta a mãe, Carla Janaína Pedroso.
Carla disse que sentiu 'pavor' na sala
improvisada (Foto: Reprodução / TV Tem)
Como a sala não tem banheiro e a menina estava impedida de sair por conta da suspeita de meningite, a mãe da criança, teve que usar o cesto de lixo para que ela pudesse fazer as suas necessidades pessoais. “Não ter um banheiro para ela foi a situação mais constrangedora porque a gente se sente impotente por não poder fazer nada pela sua filha. Precisei coloca-la no lixo para que ela conseguisse fazer suas necessidades. Foi terrível porque ela estava com muitas dores nas costas por ter tirado o líquido da espinha”, lembra Carla.
Imagens feitas com um celular pelo pai da menina mostram que o local funciona de maneira precária. A pia está quebrada, o ar-condicionado não funciona e a instalação elétrica está exposta. Além disso, sem espaço para quase nada, a mesa do médico virou uma bancada.
A criança deu entrada na Santa Casa deSorocaba na segunda-feira (19). Segundo a mãe, os médicos disseram que ela e a filha deveriam usar máscaras pra evitar vírus e bactérias e o contato com outros pacientes, mas os objetos não foram entregues.
Conduta de adaptação
Em entrevista, o gestor da Santa Casa explicou que um dos exames deu negativo e que agora, em um quarto adequado, a menina vai aguardar os outros resultados. “O atendimento foi realizado desde o momento em que a menina com suspeita de meningite chegou à Santa Casa. Ela foi atendida adequadamente pela pediatra e pelo infectologista, que diagnosticou a doença. Como já tinha duas crianças isoladas, nós tivemos que tomar uma conduta de adaptação. Adaptamos o consultório para o isolamento até que o resultado da cultura chegasse. O resultado foi negativo e ela está internada na enfermaria ao lado de outras crianças”, explica Francisco Antônio Fernandes.
Ainda segundo Fernandes, o isolamento adequado estava lotado, por isso foi necessário improvisar um lugar para a menina ficar. Ele reconheceu falta de estrutura e alegou ainda que a única sala de isolamento está com três pacientes e sem espaço pra mais um.
“A criança foi isolada por 24 horas de forma correta, mas o local não tem estrutura para fazer um isolamento de acordo com as normas da Santa Casa. Mas, nas condições de superlotação que estamos passando na pediatria, temos que nos adaptar. E esse momento foi um deles. Se o resultado do exame dela fosse positivo, nós teríamos que requisitar uma vaga na unidade de infectologia do Hospital Regional”, afirmou o gestor.
Falta de banheiro no quarto improvisado obrigou a mãe a usar o cesto do lixo (Foto: Reprodução/TV TEM)