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Segunda - 26 de Maio de 2014 às 18:24
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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Pronto-Socorro de Cuiabá deve passar por sindicância (Foto: Luiz Alves/Secom Cuiabá)
Pronto-Socorro de Cuiabá deve passar por sindicância (Foto: Luiz Alves/Secom Cuiabá)

Uma sindicância foi instaurada nesta segunda-feira (26) pela Prefeitura de Cuiabá para apurar denúncias de que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro da capital funcionava sem médicos em determinados períodos. A comissão responsável pela investigação também deverá apurar as circunstâncias da morte da paciente AlaídeVentura da Silva, ocorrida na última quinta-feira (22), e que aguardava uma cirurgia naquelaunidade de saúde.

O caso foi exibido no último domingo no programa Fantástico, da Rede Globo, e mostrou ainda o depoimento de um médico que trabalha no Pronto-Socorro falando sobre uma orientação para alterar as declarações de óbito de pacientes. Os resultados da sindicância deverão ser apresentados em um prazo de três dias, conforme a assessoria da prefeitura.

Raio-x da saúde pública
O Fantástico deste domingo mostrou o resultado do primeiro estudo realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para entender o que há de errado na saúde brasileira. Foram analisados 116 hospitais públicos, entre eles, o Pronto-Socorro da capital.

Entre as acusações está a de que faltavam médicos nos plantões da UTI no Pronto-Socorro de Cuiabá. “É como estar num avião sem piloto. Não foram nem um nem dois casos de pacientes que poderiam ter saído vivos das UTIs do pronto-socorro e não saíram. Saíram mortos. Porque eles não tiveram o cuidado adequado. Isso acontece frequentemente”, declarou um médico que trabalha no local e preferiu não se identificar.


Outra irregularidade apontada seria a de queos médicos estariam recebendo orientações da administração do hospital para mentir sobre a hora da morte dos pacientes. “A família vai chegar na hora da visita, 'o Sr. diz que morreu um pouquinho mais tarde pra família não desconfiar que morreu num plantão sem médico'. Eu não mudo o horário do óbito porque isso ultrapassaria a minha capacidade de ser conivente com essa situação dentro do pronto-socorro”, confessou o médico em outro trecho da reportagem.

A sindicância deverá apurar ainda a morte de Alaíde Ventura da Silva, de 62 anos. A paciente tinha dois aneurismas no cérebro, que são vasos sanguíneos inchados, que causam hemorragia, caso estourem. Mesmo havendo uma decisão liminar da Justiça obrigando o hospital a realizar o tratamento, a cirurgia não foi realizada, e a paciente morreu na última quinta-feira (22).





Fonte: Do G1

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