A morte será investigada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que aguarda a emissão dos laudos de necropsia. Para o delegado titular Silas Tadeu Caldeiras, ainda não existe prova que a morte de Clebson tenha sido por overdose, mas as circunstâncias são as mesmas dos outros 3 casos que já vem sendo investigados pela DHPP e que envolvem detentos da PCE e do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Silas pontua que a emissão dos laudos toxicológicos vão confirmar se todos foram mortos com a mesma mistura de álcool e cocaína.
O primeiro caso investigado é do detento Rafael Ramos de Oliveira, o Rafinha, morto em 9 de setembro de 2013, dentro do CRC. Alesson Alex de Souza, morreu 21 dias depois, no dia 30, também no CRC. Em 11 de março deste ano foi David Souza Mancano, 24, localizado já agonizando dentro de uma das celas da PCE.
Já a família de Clebson, que respondia por crimes de roubo e homicídio, não acredita na versão de envenenamento pelos cerca de 40 companheiros de cela. A irmã dele, Cleidiane Souza Santos, 23, disse que inclusive foram os amigos dele que chamaram os agentes prisionais quando ele começou a passar mal. Foi a demora em mais de uma hora para atender ele que provocou a morte, acredita. “Bodão” teria dito à mãe, que o visitou na tarde anterior a morte, que não estava muito bem e vinha sentindo dores pelo corpo. A família disse que ele não usava cocaína, mas maconha, o que não justificaria a morte pela droga.
A execução de presos por líderes da facção foi confirmada durante investigações da operação “Grená”, desencadeada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), em abril deste ano. A atuação de líderes do crime organizado dentro das unidades prisionais do estado vem sendo acompanhada pela GCCO desde a explosão dos muros da PCE, em agosto de 2012.
O CV-MT nasceu na PCE, idealizado pelo detento Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, “Bile ou Bili”, juntamente com Renato Sigarini, o “Vermelhão”, Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus, o “Miro Louco” ou “Gentil”, e Renildo Silva Rios, conhecido por “Nego”, “Negão” ou “Liberdade”.