O Partido da República poderá ficar “órfão” nas eleições de 2014 em Mato Grosso. Isso porque o principal líder da agremiação, senador Blairo Maggi, poderá simplesmente abrir mão de entrar no embate como “apoiador”, conforme espera a direção estadual, sob o presidente, e pré-candidato ao Senado, Wellington Fagundes. Maggi, que está em Cuiabá desde quarta-feira (28), teria confidenciado para pessoas próximas seu total desalento com o meio político.
A legenda aguarda uma posição oficial do senador sobre aguardada reunião ampliada com a cúpula republicana para definir os rumos diante da proximidade do pleito. Enquanto isso, Maggi se resguarda, preferindo se manter em campo neutro, refletindo seu distanciamento do foco do partido, e ainda da base aliada, que poderá perder seu maior cabo eleitoral.
Ontem, o secretário geral do PR, deputado Emanuel Pinheiro, explicou que a sigla está de prontidão, esperando encontro com Maggi nos próximos dias. Coletiva à imprensa estaria sob análise, ainda sem confirmação. Eventual distanciamento de Maggi das discussões no bloco governista é posto na balança desde já entre líderes políticos que planejam novas estratégias. No Partido da República, a “revisão” do projeto também está sob análise.
Não está descartada uma divisão no grupo da situação. Tudo depende dos contornos a serem dados àproposta de projeto único, buscando uma candidatura de consenso entre os nomes postos, como do presidente do PSD, vice-governador Chico Daltro; o ex-vereador Lúdio Cabral (PT) e o ex-juiz federal, Julier Sebastião da Silva (PMDB). PT e PMDB estão alinhados em âmbito nacional. O PSD, dono de reconhecida força política no Estado, utilizará isso a seu favor, para defender o planos da legenda.
A citação do nome de Maggi na Operação Ararath provocou desconforto a ele, além de uma evidente repulsa no ambiente político. No inquérito que investiga crimes contra o sistema financeiro, é apontado que Maggi teria validado operações irregulares, realizadas pelo ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes.