O crime foi praticado no dia 24 de março deste ano, em Canarana (823 km a Nordeste de Cuiabá), onde trabalhava como indigenista do Parque Nacional do Xingu.
A prisão ocorreu na quinta-feira )5), no Estado de Goiás, para onde J. fugiu após o crime. Ele está com a prisão preventiva decretada.
Em interrogatório ao delegado de Canarana, Sued Dias Júnior, afirmou ter matado a vítima em razão de um desentendimento entre ambos, durante uma confraternização.
Ele também alegou que roubou o carro da vítima para fugir e teria abandonado o veículo em uma estrada vicinal, na região de Pontal do Araguaia, na fronteira com Goiás.
Acrescentou que jogou os pertences da vítima dentro do Rio Araguaia. O veículo ainda não foi localizado.
O corpo de Conte foi encontrado no dia seguinte ao crime, dentro de sua residência, com uma faca cravada no pescoço.
Na ocasião, a Polícia havia suspeitado de latrocínio, uma vez que foram roubados o veículo, aparelho celular, carteira com documentos pessoais e dinheiro.
De acordo com o delegado, a cena do crime trazia poucos elementos relevantes, mas os poucos vestígios foram processados e culminaram na prisão do autor do crime.
“Foi um crime ocorrido em local ermo, na residência da vítima, sem testemunhas, sem suspeitos, sem circuito de imagens e com quase nenhum dado relevante no local do crime", disse o delegado.
Com a identificação, os policiais iniciaram as buscas pelo suspeito. O rapaz foi localizado escondido no estado de Goiás, em um rancho às margens do Rio Araguaia.
O local, segundo os policiais, é de mata e difícil acesso.
A operação foi desencadeada em duas frentes, sendo uma fluvial e e outra terrestre por uma estrada precária.
“Tudo isso para cercar o local e evitar uma possível fuga do autor do crime”, explicou o delegado.
Vida e obra
Cláudio Quoos Conte tinha 51 anos, era historiador, autor do livro “Centro Histórico de Cuiabá Patrimônio do Brasil. Cuiabá: Entrelinhas” (2005).
O indigenista foi representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Mato Grosso (Iphan), de 1994 a 2012.
Na Coordenadoria Regional do Xingu, ele atuava no Serviço de Monitoramento Ambiental e Territorial (SEGAT), no apoio às atividades culturais e projetos especiais direcionados aos povos indígenas do Parque Indígena do Xingu.