Os agentes socioeducativos decidiram suspender por 30 dias a greve marcada para esta segunda-feira (09). Após o anúncio da paralisação, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), procurou o sindicato para apresentar o cronograma de obras a serem feitas no sistema. Os servidores pedem prazos para solucionar a falta de segurança, insalubridade e frequentes motins nas cinco unidades do sistema socioeducativo de Mato Grosso.
Um dia depois do anúncio, o secretario de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Antônio Pôssas de Carvalho, se reuniu com a categoria e apresentou o cronograma de prazos solicitado pelo sindicato. Diante do exposto, o presidente do sindicato dos agentes socioeducativos, Paulo César, declarou que a categoria se reuniu na última sexta-feira (07) e deliberou por suspender a greve. “Porém, o estado de greve permanece”, afirma.
O prazo de 30 dias dado pelos agentes diz respeito à construção de um anexo no Centro Socioeducativo de Cuiabá, Pomeri. A obra será no local onde o prédio de 40 anos foi demolido no início deste ano devido a uma determinação judicial. Já a limpeza dos entulhos desta demolição, que serviam de armas para os adolescentes da unidade, começa a ser feita nesta segunda-feira (09).
Estado de greve
Com uma infraestrutura ‘capenga’, cerca de 180 agentes socioeducativos que atuam nas cinco unidades do Estado cobraram encaminhamentos de obras no sistema, na última quarta-feira (04). De acordo com Paulo César, além da falta de reformas nas unidades os agentes precisam lidar com situações de agressões e ameaças.
“Há dois meses as obras do Centro de Ressocialização de Cuiabá, o Complexo do Pomeri, está parada por falta de pagamento da empreiteira responsável”, afirma o Paulo Souza. No início deste ano, parte do complexo foi demolido por não haver mais condições de uso. Desde então, o entulho desta obra permanece no mesmo espaço compartilhado pelos adolescentes.
“Esse material que ficou; como paus, pregos e pedras estão servindo de armas para os jovens. Eles se aproveitam do momento em que vão realizar suas atividades físicas e lançam mão desse entulho para usá-los contra os agentes que nada pode fazer diante da ameaça”, descreve o presidente. O uso de armas como cassetetes e outros são proibidos pelos agentes socioeducativos.