Representantes de vários grupos de ciclistas que integram o Movimento Ciclovia Já, participaram da primeira reunião ampliada com a equipe técnica do deputado José Riva (PSD). Em discussão, o projeto que prevê a implantação de ciclovias, ciclofaixas e bicicletários na Grande Cuiabá.
A proposta objetiva proporcionar mais segurança no trânsito aos ciclistas, a partir de um modal de transporte que contribui com a saúde, a economia dos cidadãos e o meio ambiente.
Uma das decisões tomadas na reunião foi a de abrir uma consulta pública ao projeto, através das redes sociais, para ampliar a recepção de contribuições. Diversas sugestões já foram apresentadas e juntamente com as novas necessidades apontadas por sugestões dos ativistas, deverão compor o substitutivo integral a ser elaborado através desta ampla participação dos segmentos interessados.
Segundo o assessor especial da Assembleia Legislativa, Xisto Bueno, que coordenou a reunião, a participação do segmento é fundamental para construir um substitutivo que atenda a todas as necessidades. “A proposta inicial vem sendo aperfeiçoada por contribuições significativas de quem vive a realidade do uso da bicicleta como meio de transporte, lazer e esporte”, destacou.
O Movimento Ciclovia Já defende a inclusão de mecanismos que funcionem como estímulo ao uso de bicicletas, como a redução de tributos estaduais para facilitar a aquisição do equipamento pela população de baixa renda. “Na Holanda, por exemplo, a redução de impostos gerou um ganho de aproximadamente três euros por ciclista, considerando a redução de gastos públicos com saúde”, ressaltou Abílio Brunini, um dos líderes do movimento.
Outras medidas em estudo são incentivos dirigidos a alguns setores onde a bicicleta é muito usada como transporte, a exemplo da indústria e do comércio, além da implantação de bicicletários nos shoppings e mercados. Também foi destacada a necessidade de adoção de programas educativos para conscientizar os ciclistas sobre o uso correto das ciclovias.
Cuiabá e Várzea Grande registram em média 60 mil deslocamentos de bicicleta semanalmente, estatística que aumenta a cada dia por causa das deficiências do transporte coletivo. São milhares de trabalhadores, estudantes e esportistas que se deslocam por vias inadequadas, perigosas e violentas, correndo graves perigos no trânsito.
E ainda existe uma demanda reprimida de ciclistas na região, ou seja, muitas pessoas gostariam de usar a bicicleta, mas não o fazem devido à falta de segurança no trânsito, explica Riva na justificativa do projeto.
Cuiabá abriga hoje apenas 20 km de ciclovias e ciclofaixas, a maioria sem infraestrutura adequada ou simplesmente abandonada pelo poder público, sem qualquer tipo de manutenção. A Secretaria Municipal de Transportes Urbanos contabiliza 2 km de ciclovia na av. Arquimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho), outros 10,4 km de ciclofaixa na Avenida das Torres e 7,5 km de ciclofaixa na Avenida Tatsumi Koga, no bairro Pedra 90.
Mobilidade
Na próxima reunião de trabalho agendada para o dia 26, serão retomadas as discussões que devem resultar na definição do substitutivo. As bicicletas devem deixar de ser vistas apenas como um instrumento de lazer ou como veículo utilizado em situações de extrema carência, para tornarem-se uma modalidade de transporte economicamente atrativa e ambientalmente sustentável.
A proposta destaca que os sistemas de mobilidade serão formados por rede viária que facilite e dê segurança ao transporte por meio de bicicletas, utilizando ciclovias, ciclofaixas, faixas compartilhadas e rotas operacionais de ciclismo, além de locais específicos para estacionamento (bicicletários) junto a estações de ônibus e do Veículo Leve sobre Trilhos, em implantação na Grande Cuiabá. Alguns vagões devem estar adaptados para conduzir também as bicicletas.
