A primeira audiência sobre a tentativa de assalto a uma casa de câmbio em Cuiabá está marcada para o início da tarde desta quarta-feira (2), Fórum da capital. Dez testemunhas de acusação de e de defesa devem prestar depoimento na 8ª Vara Criminal da capital sobre a tragédia ocorrida em fevereiro deste ano, que resultou na morte de uma jovem de 19 anos, funcionária do estabelecimento, e de um policial militar, de 27.
Entre as testemunhas estão familiares, funcionários do estabelecimento e o policial que efetuou os disparos que atingiram as duas vítimas após reagir a um assalto.
O mecânico que tentou assaltar o local também será ouvido. Ele foi preso dois dias após o crime e já tinha condenações na Justiça por outros crimes. A defesa dele tentou revogar a prisão na Justiça, mas a magistrada negou o pedido impetrado pela Defensoria Pública. A defesa alega que não há motivos suficientes para que o jovem permaneça preso e requer que ele aguarde o julgamento em liberdade. O acusado está detido no Centro de Ressocialização de Cuiabá (antigo Carumbé).
Apesar da detenção dele, o laudo da perícia apontou que os disparos que atingiram a funcionária e o PM saíram da arma do policial, que está afastado das funções e passa por tratamento psicológico.O policial foi indiciado por duplo homicídio doloso e deve responder em liberdade. De acordo com a investigação da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), ficou comprovado que ele pretendia atingir o assaltante e não as vítimas.
As câmeras do circuito interno de segurança da casa de câmbio mostram o momento em que o suspeito chega ao local. Na porta, ele fala com um dos policiais, que está de pé. O outro policial que morreu após ser atingido está sentado em uma cadeira atrás de uma parede. O PM fala com o suspeito e aponta para a mesa da funcionária, do outro lado do estabelecimento.
Depois disso, o suspeito deixa a porta entreaberta e dá alguns passos em direção à funcionária. Porém, logo se vira, saca a arma e aponta para o PM em pé, que revida. Os dois começam a atirar. Os tiros atingem o policial que estava sentado e também a funcionária, que foi baleada na cabeça. Ela morre no local. A ação toda dura 15 segundos.
