Mato Grosso apresentou uma queda expressiva na taxa de homicídios, entre os anos de 2002 e 2012, segundo o último levantamento realizado pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e divulgado pelo Mapa da Violência, nesta quarta-feira (2). No Estado para cada 100 mil habitantes, o número de mortes é de 34,3, uma queda de 7,1 com relação ao último levantamento realizado.
Enquanto os estados do Maranhão, Ceará, Paraíba, Pará, Amazonas e, especialmente, Rio Grande do Norte e Bahia tiveram um crescimento explosivo em se tratando de homicídios, Mato Grosso é um dos que tiveram uma relevante redução no número de mortes.
De acordo com os dados apresentados, o município de Paranaíta (853 km ao norte da Capital) é o que mais apresentou crimes envolvendo homicídios nos últimos 10 anos, no Estado. Com uma média de 74,4 assassinatos para cada 100 mil habitantes, só no ano de 2012,a cida.
De todos os homicídios, a maioria das vítimas é representada pela população negra. A capital possui uma taxa de 55,4 mortes de negros, quase o dobro das vítimas brancas, que nesse caso represente 23,3 mortes a cada 100 mil habitantes. Em Várzea Grande a média é maior ainda, a população negra representa 70,9 das vítimas de homicídios, contra 42,1 envolvendo brancos.
Cuiabá ocupa a 375ª posição, com uma taxa de 44 homicídios na mesma proporção, para o ano de 2012. Várzea Grande é o 4º município do Estado que registrou mais mortes no referido ano, com uma média de 61,6.
Dentre as 4 regiões, a Centro-Oeste foi a que teve o menor número de homicídios, referente a população total das unidades federativas, somando 5.505 mortes. A região Nordeste lidera o ranking com 20.960 homicídios, 38,9 mortes a cada 100 mil habitantes.
Dos 27 estados, Mato Grosso ficou em 15º lugar em se tratando do número de suicídios. Com uma taxa de 34,3 casos a cada 100 mil habitantes. O município de Água Boa, representa o 46º lugar de todas as cidades do país, com 18,4 suicídios para 20 mil pessoas.
Já em se tratando de mortes no trânsito, Diamantino (208 km a Médio-Norte da Capital), ocupou o 4º lugar no ranking do país. A média é alta, 121,3 acidentes fatais envolvendo a população no geral. Das mortes no trânsito de Cuiabá, 29,6 são causadas ou vitimizam jovens, entre 18 e 29 anos.
Para a assistente social Cilene de Oliveira Paixão, a redução é importante para fortalecer a questão da segurança e conscientização dos órgãos públicos de segurança e da população. “A queda de mortalidade no Estado se dá há uma ação conjunta. Os órgãos de segurança, assistência social e educação trabalhando na conscientização da população. Que por sua vez se previne e evita a propagação da violência”.
A assistente social acredita que a mudança maior pode estar nas mãos dos jovens. “Eles são maioria, e infelizmente tem uma grande participação nos crimes de homicídios e mortes no trânsito. Se começarmos a trabalhar a prevenção e conscientização a partir das crianças ainda em fase de alfabetização, esse número só tende a decrescer no país”.