Um homem, de 53 anos, foi preso por suspeita de envolvimento no assassinato do ex-secretário de Infraestrutura de Mato Grosso, Vilceu Marchetti, morto com dois tiros na cabeça, na noite desta segunda-feira (7), em uma fazenda na região de Santo Antônio do Leverger, distante 35 km de Cuiabá. O suspeito é funcionário da propriedade e foi preso pela Polícia Militar horas depois do crime, que ocorreu por volta das 20h30 [horário local].
Ele teria entrado no quarto do ex-secretário e efetuado os disparos utilizando a arma que seria da própria vítima. Em entrevista ao G1, o tenente coronel Antônio Nivaldo de Lara Filho contou que outros funcionários da fazenda ouviram os disparos, como também o sócio de Marchetti, que estava no quarto ao lado, no momento do homicídio. O ex-secretário não resistiu e morreu em cima da cama. Em seguida, o suspeito deixou o quarto da vítima e foi para a casa onde mora com a esposa e filhos, dentro da própria fazenda.
O tenente coronel disse que testemunhas viram o momento em que o suspeito deixou a residência onde Marchetti e o sócio dele estavam. Dessa forma, os policiais foram até a casa do suspeito e o prenderam. Ainda segundo o tenente coronel Antônio de Lara, o funcionário da fazenda foi contratado recentemente e ainda não há informações sobre o que teria motivado o crime. A propriedade está localizada na região do Distrito de Mimoso, distante 70 km de Santo Antônio de Leverger. Após ser preso, o funcionário da propriedade foi encaminhado para a delegacia municipal e o corpo do ex-secretário está no Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá.
O corpo deverá ser velado na cidade de Primavera do Leste, a 239 km da capital, município que já foi administrado por Vilceu Marchetti, na década de 90, onde também moram os filhos dele.
Escândalo dos Maquinários
Em março deste ano, a Justiça Federal em Mato Grosso condenou o ex-secretário Vilceu Marchetti no processo que ficou conhecido como ‘Escândalo dos Maquinários’. Ele foi condenado a pagar multa de R$ 10 mil e teve os direitos políticos suspensos por cinco anos. Além disso, o então juiz Julier Sebastião da Silva determinou que Marchetti, Geraldo de Vitto e as empresas envolvidas no caso devem devolver aos cofres públicos os R$ 44 milhões desviados.
A ação se refere à compra de 705 caminhões e máquinas agrícolas pelo governo do estado em 2009, no programa MT 100% Integrado. Para a aquisição, que custou R$ 241 milhões, o estado fez empréstimo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento). Porém, a compra teria sido superfaturada em R$ 44,4 milhões.