Faltando duas semanas para o início da Olimpíada, o Rio de Janeiro começa a despertar cada vez mais a atenção da imprensa estrangeira – que, como era de se esperar, não vem gostando do que vê. Nesta quinta-feira, o jornal americanoThe Washington Post, um dos mais prestigiosos do mundo, publicou um artigo intitulado “A lagoa em frente ao Parque Olímpico do Rio é tão imunda que os peixes estão morrendo” e apontou a Rio-2016 como “Os Jogos Olímpicos da sujeira”.
O jornal recorda que o Brasil prometeu “jogos verdes para um planeta azul”, mas não conseguiu despoluir as ruas e a lagoa de Jacarepaguá, próximas ao Parque Olímpico, muito menos a Baía de Guanabara, que sediará diversas provas aquáticas. “Quando falamos sobre o legado ambiental, falamos de saúde pública. Neste aspecto, o Rio é um fracasso”, afirmou o oceanógrafo David Zee.
A reportagem relatou o “cheiro podre” no entorno do Parque Olímpico e conversou com pescadores da região de Jacarepaguá, que disseram que “a lagoa está morta” e que peixes costumam flutuar pelas águas cinzentas.
A publicação relata que os subúrbios da zona Oeste do Rio, o local do Parque Olímpico e Vila Olímpica, cresceram rapidamente nas últimas décadas e a infraestrutura de saneamento não conseguiu acompanhar esse ritmo. O governo do Estado é responsabilizado pela poluição, assim como as “comunidades ricas e pobres da cidade”, que atiram lixo nas águas.
Um porta-voz da Secretaria do Meio Ambiente do governo do estado afirmou, sob condição de anonimato, que os esforços para despoluir as lagoas sofreu por causa da “falta de coesão entre os diferentes órgãos governamentais responsáveis.” O Washington Post também recorda o estado de calamidade pública, decretado no mês passado.