A 5ª Reunião Ordinária da Câmara Técnica do Trigo (CTT) foi realizada na sede da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), no Centro Político Administrativo (CPA), na quinta-feira (05.12). No evento foram abordadas as ações de pesquisa do Núcleo Avançado do Trigo Tropical da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), melhoramento genético realizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e a proposta do Deputado Jose Riva sobre o Projeto de Lei que cria o Fundo de Apoio à Cultura do Trigo- (Factrigo).
A pesquisadora da Embrapa, Edina Moresco, fala que Mato Grosso tem um potencial de 3 milhões de hectares de terras adaptáveis para o cultivo do trigo de sequeiro e irrigado. As professoras do IFMT, Rita de Cássia Goussain e Patrícia Sobral Silva, pesquisam a cultura do trigo na região de São Vicente e Campo Verde desde 2009. “Em fevereiro de 2014, está programado o plantio de 106 genótipos diferentes de trigo de sequeiro oriundos da Embrapa”, destaca Rita.
Trabalhando com a cultura do trigo há 34 anos, o coordenador da CTT e pesquisador da Empaer, Hortêncio Paro, enfatiza que, para os produtores interessados em cultivar trigo no Estado, existem 17 materiais genéticos adaptáveis, sendo que 13 variedades são cultivadas. Segundo o coordenador, as ações do Protrigo estão avançando com a participação da comunidade científica de representantes da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Instituto Mato-grossense de Algodão (IMA), Universidade de Várzea Grande (Univag), IFMT, Embrapa e outros.
Em Mato Grosso, o trigo produzido é comparado com o melhor, produzido na Argentina – maior produtor de trigo da América Latina – em termos de peso específico, força de glúten e qualidade sanitária. Hortêncio destaca o apoio da Assembléia Legislativa na criação do Factrigo, com uma legislação para tornar o trigo economicamente viável no Estado.
O assessor parlamentar Xisto Bueno explica que a proposta do Factrigo é captar recursos para o desenvolvimento da pesquisa e oferecer aos produtores uma nova opção de cultivo. As receitas do Fundo terão origem de contribuição no valor de 0,1 (um décimo) da UPF/MT por tonelada de farinha de trigo comercializada, auxílios oriundos de convênios com instituições públicas e privadas e outros recursos. “Acredito que em 2014 o Factrigo seja implantado”, enfatiza Bueno.