O pecuarista Jurandir Filho vendeu um lote com 40 bezerros a semana passada. A procura dos compradores é tanta na região de Santo Antônio de Leverger, onde fica a fazenda dele, que alguns animais estão sendo desmamados mais cedo que o costume. O preço também melhorou este ano. "O ano passado estava em torno de R$ 650, hoje estamos vendendo por R$ 700 até R$ 730", conta.
A valorização do bezerro é consequência do abate de fêmeas que vem sendo intensificado nos últimos anos em Mato Grosso. Com menos matrizes produzindo, também é menor a oferta de crias.
A escassez das crias deve aumentar os custos para os pecuaristas que apenas compram os bezerros para engorda. A situação atinge também os confinadores. Mesmo assim, a alta no preço não é avaliada como ruim pela Associação dos Criadores.
Para quem vende o bezerro, o lucro está fazendo a diferença nos investimentos. O pecuarista Edu Valadão conta que vai aplicar a sobra na propriedade reformando o pasto.
Para tentar segurar um pouco a alta no preço do bezerro, o abate de fêmeas em Mato Grosso caiu de 54% em janeiro para 34% em novembro.
Em São Paulo, o momento também é de alta, mas no preço do boi gordo. A arroba na região de Presidente Prudente está saindo por R$ 112, enquanto no mês passado saia por R$ 108 a vista.
A média Cepea, um levantamento feito pelo Centro de Economia da USP, atingiu o maior valor chegando a R$ 110,90. Há um mês, estava na casa dos R$ 107.
Caio Junqueira, que é analista de mercado, explica a alta nos preços nesta época do ano.