Com o avanço da tecnologia e dos conhecimentos empregados na agricultura, produtores rurais tentam reescrever a história dos campos de Cuiabá, capital de Mato Grosso, e plantam soja onde antes parecia impossível.
O solo recheado de cascalho de cascalho sempre foi uma das barreiras para o desenvolvimento da agricultura na cidade. Condição que praticamente limitou ao município, o plantio de culturas menos exigentes, como por exemplo, a mandioca. Apesar disso, já tem produtor que resolveu arriscar no cultivo da oleaginosa. Na propriedade, que está a apenas 15 quilômetros da cidade, foram semeados 100 hectares do grão de ciclo tardio.
"A soja em Cuiabá é um desafio. A ideia veio de tentar melhorar a realidade da baixada cuiabana. Trabalhamos já com pecuária e queríamos fazer uma integração", conta o produtor rural Kleberson Scheffer. Ele conta que a tecnologia e o acesso a novas técnicas para aperfeiçoamento da agricultura contribuiram para que o plantio da soja em Cuiabá fosse possível. "Seja pelo cascalho, pelo clima, pela altitude que é um pouco baixa, a tecnologia pode superar e ter boa produtividade". Até o final da colheita, programada para março, os produtores esperam um produtividade entre 40 e 50 sacos por hectare.
O engenheiro agrônomo Paulo José Gubert conta que fizeram a correção do solo, que era rico em cascalho mas pobre em fósforo, potássio, cálcio e magnésio."Começamos a trabalhar no processo de semeadura da soja há três anos", lembra. Para ele, a maior dificuldade foi fazer a catação de pedra. "Muitas vezes a gente tinha que parar o trator para tirar as pedras das lavouras. Outro problema é que quando chobve, o trator atola", pontua. E mesmo estando há pelo menos 60 km de qualquer outra plantação, a lavoura foi atacada por pragas. No entanto, o controle é feito como em qualquer outra propriedade, com pulverizações e monitoramento.
