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Internacional
Sábado - 22 de Fevereiro de 2014 às 17:00
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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O Parlamento Ucraniano determinou neste sábado (22) a destituição do presidente Viktor Yanukovich, considerado constitucionalmente inábil para prosseguir em suas funções, e marcou novas eleições para o dia 25 de maio. A decisão foi tomada após o presidente deixar Kiev e seguir para o interior do país.

Dos 450 integrantes do Parlamento, 328 apoiaram a moção que considerou Yanukovich impossibilitado de cumprir suas obrigações constitucionais. A votação ocorreu após dezenas de deputados do partido de Yanukovich abandonarem o governo.

Pouco depois da decisão do Parlamento, a líder opositora Yulia Tymoshenko foi libertada da prisão.

O presidente deixou Kiev neste sábado após a assinatura de um acordo com a oposição nesta sexta-feira (21) que já estabelecia a realização de eleições neste ano, sem dada marcada.

O recém-eleito presidente da câmara, Oleksander Turchynov, disse que Yanukovich “abandonou suas responsabilidades constitucionais, o que ameaça o funcionamento do estado, a integridade territorial e a soberania da Ucrânia”.

Os deputados reunidos no Parlamento aplaudiram a decisão e cantaram o hino nacional.

O Parlamento depois votou pela nomeação de novas autoridades, do procurador-geral, do ministro da Defesa e do chefe dos serviços de segurança do Estado.

A votação foi realizada na presença do representante da União Europeia na Ucrânia, Jan Tombinski

Segundo o novo presidente do Parlamento, Olexandre Turtchinov, o deputado da oposição Arseni Yatseniuk tinha conversado por telefone no início da tarde com o presidente Yanukovytch, na presença de outros deputados. Ele propôs que o chefe de Estado apresente imediatamente sua renúncia, o que teria sido aceito pelo presidente.

Yanukovytch parece ter consultado alguém, mudado de ideia, e, depois, divulgado um vídeo "pré-gravado" no qual ele declara que não quer renunciar, explicou Turtchinov, que tinha sido eleito no início da manhã para assumir o lugar do presidente.

"Nosso Estado não pode depender do humor de um presidente que deixou suas funções e foi para um logar que ninguém sabe onde fica", afirmou ele na tribuna.

O ministro das relações exteriores da Polônia,  RadoslawSikorski, que acompanha de perto da crise na Ucrânia, disse que a destituição do presidente não foi um golpe de Estado – visto que prédios do governo foram abandonados, e que o presidente do Parlamento foi eleito de maneira legal.

Nesta sexta, governo e oposição haviam assinado um acordo que previa a volta à Constituição de 2004, reduzindo os poderes do presidente e aumentando os do Parlamento, e a convocação de eleições antecipadas.

Manifestantes comemoram ações do Parlamento da Ucrânia do lado de fora do local em Kiev neste sábado (22) (Foto: Louisa Gouliamaki/AFP)

Manifestantes comemoram ações do Parlamento da Ucrânia do lado de fora do local em Kiev neste sábado (22) (Foto: Louisa Gouliamaki/AFP)

Yanukovich
Mais cedo, o agora presidente deposto disse ser vítima de um golpe de Estado.

“Os eventos testemunhados por nosso país e todo o mundo são um exemplo de um golpe Estado”, disse o presidente, segundo a Reuters.

Yanukovich também disse que não tem a intenção de renunciar nem de deixar o país, como disseram líderes da oposição. Ele ainda afirmou que todas as decisões tomadas pelo Parlamento neste sábado – inclusive a libertação imediata da líder oposicionista Yulia Tymoshenko – são ilegais.

O presidente ainda comparou a situação na Ucrânia com a tomada do poder pelos nazistas na Alemanha na década de 1930.

Na mesma entrevista, Yanukovich chamou os oposicionistas de “gângsters” e disse que não irá negociar com eles.

Yanukovich deixou Kiev neste sábado e seguiu para paradeiro desconhecido. O presidente não divulgou onde está, mas disse que vai permanecer no sudeste da Ucrânia.

Segundo a agência Interfax, o president do Parlamento ucraniano afirmou que Yanukovich tentou fugir para a Rússia, e atualmente estaria na cidade de Donetsk, no sudeste da Ucrânia.

Rússia
Um pouco antes da destituição de Yanukovich, a Rússia condenou a atitude da oposição ucraniana depois do acordo alcançado na véspera com o governo e denunciou uma ameaça à soberania do país vizinho.

"Além de não cumprir suas obrigações, a oposição impôs novas exigências, submetendo-se aos extremistas armados e aos criminosos cujos atos constituem uma ameaça direta à soberania e à ordem constitucional da Ucrânia", declarou o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.






Fonte: Da Reuters

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