Um grupo de amigos espera a saída do ator Vinícius Romão de Souza, de 26 anos, em frente à Casa de Detenção Patrícia Acioli, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, na manhã desta quarta-feira. Com cartazes com frases dizendo “Te amamos” e “Estamos juntos”, eles creditaram à mobilização feita na internet o reconhecimento do erro na prisão do rapaz.
- Não esperava um resultado tão rápido e nem uma adesão tão grande à campanha. As coisas só não foram mais rápidas porque, quando soubemos de tudo, ele já estava na prisão havia 11 dias - contou o biólogo Bernardo Roxo, de 25 anos.
Ele disse que nunca acreditou na culpa de Vinícius e acusou o policial responsável pela prisão de preconceito:
- Quando soube (da prisão), pensei na hora: “É o Vinícius. Ridículo que ele teria feito isso”. Para mim, a culpa foi do policial. Acho que a mulher (Dalva da Costa Santos, vítima do assalto, que reconheceu Vinícius erroneamente) pode ter apontado ele por pressão. Foi o primeiro negro que apareceu. Ela pode não ter agido de má-fé, mas é uma sociedade racista.
Já para a estudante de Direito Michelle de Araújo Siqueira, de 23 anos, quando Vinícius finalmente deixar a cadeia, todos poderão “descansar em paz”.
- O duro é pensar nos outros inocentes que estão lá dentro e não têm amigos para lutar por eles - disse.
A dentista Jully Guimarães, de 24 anos, também responsabilizou o preconceito pela prisão:
- A pessoa foi assaltada por um negro e, junto com um policial, prenderam o primeiro negro que havia pela frente. Ainda bem que o Vinícius sempre foi muito equilibrado. Acho que eles está conseguindo lidar bem com a situação.