A Polícia Civil prendeu, nesta sexta-feira, o soldado da PM Rafael Guedes Soares, de 27 anos, acusado de ter matado o comerciante Rafael José Rodrigues da Silva, de 31, em frente à casa de showsBarra Music, na Zona Oeste, no último dia 16. O policial foi capturado em sua casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por agentes da Divisão de Homicídios (DH). Rafael José foi morto com dois tiros, depois de ter discutido com o militar.
De acordo com o delegado Henrique Damasceno, responsável pelo caso, na residência do policial foram apreendidas a arma do crime - uma pistola calibre 380 - e a blusa que ele usava na ocasião. O PM, que era lotado no 22º BPM (Maré), foi indiciado por homicídio qualificado (por motivo fútil) e teve prisão temporária decretada pela Justiça.
Ainda segundo Damasceno, o policial foi identificado a partir de informações dadas por testemunhas, e também por imagens decâmeras de segurança do Barra Music.
- Foi uma investigação muito difícil, pois num primeiro momento foram ventilados outros suspeitos. Foi feito um trabalho intenso com base nos depoimentos e também nas imagens que tínhamos. Ele (Rafael Guedes) foi identificado ontem - explicou o delegado.
Na chegada do PM à DH, houve uma pequena confusão. Revoltado, o pai da vítima, que estava na delegacia, jogou uma garrafa d’água em cima do acusado, e precisou ser contido por policiais civis.
De acordo com a família de Rafael, a vítima era dona de um comércio de peças usadas, mas usava seu carro particular para fazertransporte de passageiros nas madrugadas. Na porta do Barra Music, na madrugada do último dia 16, ele teria alertado o policial militar, que saía da casa de shows, de que havia uma Blitz da Lei Seca ali perto, e ofereceu seus serviços. O militar teria saído do local a pé, mas como não viu a blitz, que era realizada na Avenida Ayrton Senna, ficou irritado com o comerciante, dando início às agressões. Primeiro, Rafael foi agredido com coronhadas, e depois o militar atirou duas vezes contra ele.