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Polícia Brasil
Segunda - 02 de Dezembro de 2013 às 15:55
Por: Gustavo Frasão

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A rede de prostituição de luxo chefiada por Jeany Mary Corner, conhecida nacionalmente por ser pivô do escândalo que derrubou Antônio Palocci do Ministério da Fazenda durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, cobrava até R$ 10 mil por programa. Até o momento, nove pessoas foram presas, incluindo um policial militar. Para a PCDF (Polícia Civil do DF), Jeany é considerada a maior cafetina de luxo da capital federal.



 
Na época dos escândalos, Palocci era acusado de fazer lobby em uma mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília, em festas com a presença de mulheres agenciadas por Jeany Mary Corner (seu nome, em inglês, seria algo como ‘maria da esquina’). 



 
O ex-ministro precisou deixar o cargo após denúncias de quebra do sigilo bancário do caseiro da casa do Lago Sul, Francenildo dos Santos Costa, que denunciou as festas no imóvel que ficou conhecido como ‘república de Ribeirão’, cidade natal de Palocci. 



 
A agenda de Jeany Mary Corner também causou estragos em outros partidos, já que aparentemente ela organizava eventos para políticos não apenas do PT. Na época das denúncias, seu nome foi ligado ao escândalo do mensalão pois havia a suspeita de que as festas organizadas eram pagas com dinheiro do valerioduto. A atuação de Mary Corner foi investigada pela CPI dos Bingos no Congresso Nacional e também na CPI dos Correios, em 2008.  


 
Operação Red Light



 
A operação batizada de "Red Light", uma alusão à zona de prostituição de Amsterdã, na Holanda, foi deflagrada pela Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher). 


 
A delegada responsável pelo caso, Ana Cristina Melo Santiago, explicou que Jeany Mary Corner, líder do grupo, é bastante conhecida por aliciar garotas de programa e em 2008 chegou a ser objeto de investigação na CPI dos Correios.


 
O esquema abrangia o Distrito Federal e outros estados sob o comando de quatro homens, cinco mulheres e um travesti, que davam todo o suporte necessário de imóveis locados no Sudoeste (DF) e Asa Norte, área central de Brasília.


 
— Recebemos diversas denúncias no sentido de que as moças tentavam sair dessa prostituição ou do exercício das atividades e eram impedidas, inclusive mediante graves ameaças. 


 
As investigações contra o grupo, que era bastante organizado e tinha funções bem distribuídas, começaram em junho deste ano. Três núcleos de "trabalho" foram identificados, um deles chefiado por Jeany.


 
— Existiam pessoas especializadas no transporte das moças, contato com o público, sublocação de automóveis e até administração de sites. 


 
Para chegar aos suspeitos, a polícia utilizou o evento da Copa das Confederações, ocorrido justamente no período em que as investigações começaram, para observar a movimentação desse tipo de mercado.


 
— O esquema aliciava as meninas no DF e em vários estados brasileiros e disponibilizava os serviços em um site.


 
Com o dinheiro arrecadado, os aliciados e agenciadores alugavam imóveis, compravam carros e administravam todo o negócio criminoso na capital federal e demais estados brasileiros.


 
— Atividade, praticada isoladamente, não é ilícita. Porém, identificamos pessoas que agenciavam, que locavam carros, locavam imóveis e depois sublocavam para a prostituição e ainda aumentavam o valor do aluguel para terem mais lucro. Temos registros de moças que foram levadas até para a Paraíba.


 
Entre os envolvidos está um policial militar. Na casa dele, também foram encontradas várias unidades de anabolizantes, equipamentos de informática e R$ 1,8 mil em dinheiro.


 
Com os demais acusados, foram apreendidos computadores e 24 veículos de luxo usados pelas agenciadas para realização dos programas de luxo.


 
A polícia informou que os detidos responderão por tráfico interno de pessoas, rufianismo, quando se tira proveito da prostituição alheia, e associação criminosa. Nestes casos, os envolvidos poderão pegar até 6 anos de cadeia por cada delito.


 
No caso do PM investigado, além de responder por esses crimes, também será indiciado por comércio ilegal de anabolizantes, cuja pena é de até 15 anos de reclusão.
 
 
Todos serão encaminhados ao presídio da Papuda, em São Sebastiãdo (DF), e ficarão à disposição da Justiça. Uma pessoa continua foragida.




Fonte: Do R7

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