A CIA paga mais de R$ 23 milhões (US$ 10 milhões) por ano à operadora telefônica americana AT&T para que ela forneça dados telefônicos de pessoas suspeitas de conexões terroristas, revelou nesta quinta-feira (7) o New York Times.
Enquanto a Agência Nacional de Segurança (NSA) americana garante a cooperação forçada dos operadores graças a mandatos judiciais, a colaboração entre a CIA e a AT&T se estabelece com base em um contrato voluntário e remunerado, afirma o jornal.
A agência de inteligência dá à empresa os números telefônicos de pessoas suspeitas de terrorismo no exterior.
Assim, a AT&T realiza uma busca em sua enorme base de dados para determinar com quem estas pessoas estiveram em contato.
Como a agência se encarrega da espionagem no exterior e a lei a impede de desenvolver atividades em território americano, quando os números de telefones resultantes correspondem aos Estados Unidos, a AT&T não divulga a identidade do proprietário do número e oculta vários dígitos de seu número de telefone, segundo o jornal.
"Quando uma entidade governamental solicita informações de nossa parte, garantimos que o pedido e nossa resposta sejam adequados e completamente legais", declarou à AFP Marg Siegel, porta-voz da companhia, ao afirmar que a empresa não fará "comentários sobre questões de segurança nacional".
"A CIA protege o país e respeita os direitos à vida privada dos americanos, garantindo que suas atividades de coleta de informação estejam voltadas para a inteligência estrangeira e para a contra-espionagem", afirmou à reportagem o porta-voz da CIA, Todd Ebitz, sem confirmar a existência do programa.
Este programa é similar ao da NSA, que busca reunir metadados telefônicos dos operadores no âmbito da luta antiterrorista.
Desde as revelações de seu ex-assessor Edward Snowden, a NSA enfrenta fortes críticas e é acusada de violar a vida privada dos americanos.