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Terça - 10 de Junho de 2014 às 10:59
Por: Adamastor Martins de Oliveira

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O tucano José de Souza Neves foi novamente acionado na Justiça em outra ação por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual (MPE). Dessa vez, foram irregularidades na emissão de notas fiscais referentes a produtos alimentícios e gêneros de limpeza para a Prefeitura de Chapada dos Guimarães que motivaram a propositura da ação. Outras 7 pessoas, entre físicas e jurídicas também foram acionadas. Do total, 4 são servidores da Prefeitura. Neves já está afastado do cargo de prefeito de Chapada dos Guimarães por decisão judicial, desde o dia 9 de março, relativa a irregularidades em contrato sem licitação para transporte escolar.

No pedido de liminar, o MPE pede ao Judiciário que bloqueie as contas de José Neves e os demais réus até o limite de R$ 670.5 mil, valor apontado como prejuízo causado por fraudes no uso de notas fiscais superfaturadas para pagamento de produtos alimentícios e de limpeza que eram adquiridos pelo município. Pede ainda o afastamento do prefeito que por sua vez já está afastado por 90 dias. Caso o pedido seja deferido pela Justiça, ele só poderá retornar ao cargo quando vencer o período dos afastamentos ou se conseguir cassar as 2 decisões. A medida, de acordo com o Ministério Público, visa assegurar o ressarcimento ao erário ao final da ação.

A ação na Justiça já é desdobramento de uma operação da Polícia Civil que cumpriu mandado de busca e apreensão na Prefeitura de Chapada dos Guimarães na última sexta-feira (6) e apreendeu 8 computadores além de documentos. Também foram cumpridos 4 mandados de prisão preventiva. O secretário de Agricultura, Joel Santos de Souza Neves, irmão do prefeito José Neves, foi um dos 4 presos. Além dele, também foram presas as servidoras da Prefeitura, Leila Aparecida de Oliveira e Maria Tânia dos Santos. A quarta presa foi a empresária Miraci Teles, dona do Supermercado Suprilar.

Leila é esposa do vereador Ailto Fernandes de Oliveira (PSD), conhecido por "Berimbau", que está afastado da Câmara, uma vez que está no comando de uma secretaria do município. De acordo com a 1ª Promotoria de Justiça do município, em apenas 10 meses de gestão, a administração de Chapada dos Guimarães consumiu 23.660 pacotes de café, 33.476 quilos de açúcar, 21.6 mil frascos de detergente, 28.279 pacotes de sabão em pó e 21.430 quilos de arroz. Entre os meses de abril de 2013 a março de 2014 saíram dos cofres públicos a quantia de R$ 670.546,12, valor superior ao que foi previsto na ata de registro de preço constituída para tal fim.

"Ao visualizar a quantidade exorbitante de produtos que supostamente cada secretaria teria utilizado no período de 11 meses, impossível não concluir que a empresa requerida emitia notas fiscais com a descrição de produtos e quantidades que não condiziam com a realidade, com o propósito de dar fundamento aos pagamentos feitos em seu favor", diz um trecho da ação.

Com exceção dos secretários de Educação, Aurelino Monteiro Caldas (DEM) e de Saúde, os demais negaram ter solicitado, recebido ou consumido os itens constantes nos empenhos e notas fiscais emitidas. O esquema, conforme o MPE, funcionava da seguinte maneira: a nota fiscal chegava na Prefeitura pelas mãos da fornecedora, que entregava aos demais requeridos. De posse do documento, iniciava-se o processo de confecção da nota de empenho com solicitação falsa de mercadorias por parte de alguma secretaria municipal. A partir daí, era confeccionada a nota de liquidação para posterior pagamento por meio de transferência bancária.





Fonte: A Gazeta

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